Autor: Sherry Thomas
Título Original: Delicious (2008)
Editora: Quinta Essência
Páginas: 334
ISBN: 9789898228284
Tradutor: Eugénia Antunes
Origem: Comprado
Para Stuart Somerset, uma estrela política em ascensão, verity Durant é apenas um nome e a comida é apenas comida, até degistar o primeiro prato confeccionado por ela. Até então, a única vez que experimentara tamanho despertar dos sentidos fora numa perigosa noite de paixão com uma estranha que desaparecera com a madrugada. Dez anos de espera pelo prato principal é muito tempo, mas quando Verity Durant entra na sua vida, apenas uma coisa conseguirá satisfazer Stuart. O apetite dele pela luxúria será vingança ou o mais excepcional dos acepipes – o amor? O passado de Verity alberga um segredo que poderá devorá-los a ambos, ao mesmo tempo que tentam alcançar o mais delicioso dos frutos…
Opinião: Depois de uma leitura tão marcante, procurei propositadamente um livro de que à partida gostaria menos e que me proporcionasse uma leitura leve e rápida. Escolhi O Fruto Proibido, que esperava a sua vez vai para 3 anos.
A história resume-se rapidamente: Verity Durant, uma afamada cozinheira francesa, trabalha para Bertie Somerset. No início do livro, este morre de ataque de coração e o seu irmão bastardo, Stuart, herda as suas propriedades e também a cozinheira, por assim dizer. Stuart começa a ficar intrigado com os pratos deliciosos que Verity cozinha e os dois começam uma série de interações que nunca implicam que Stuart veja o rosto de Verity, seja por correspondência, seja com encontros às escuras e mais um sem fim de situações. Isto acaba por ser bastante conveniente para a história porque, como ficamos logo a saber, o dois haviam-se conhecido 10 anos antes, tiveram uma relação de uma noite, e Verity desapareceu sem deixar rasto. Ou melhor, deixou umas galochas para trás: uma versão menos requintada da história da Cinderela.
Lamento, mas passar três quartos da história com dois protagonistas que se envolvem sem ele nunca ver o rosto dela ou reconhecê-la, ainda para mais tendo em conta a obsessão que “Cinderela” se tornou para ele, não me pareceu credível. E depois, Stuart descobre finalmente quem Verity é a partir de uma série ligações entre coincidências que fazem com que o leitor ache que afinal ele é mais inteligente do que tinha parecido até então.
Estas inconsistências fizeram-me gostar menos de um livro que até tem pontos positivos. As personagens – com exceção de Stuart – estão melhor desenvolvidas do que estava à espera: nota-se a preocupação com criar-lhes uma história de vida interessante, com percalços pelo caminho, e motivações para as suas ações. Ao contrário de muitos livros dentro do género, as cenas sensuais não abundam e quando aparecem não são gratuitas. A história principal é acompanhada de uma secundária com outro casal, que é interessante e ajuda a desanuviar. Contudo, e apesar de tudo isto, a relação entre o casal principal não funcionou para mim, muito por culpa de Stuart nunca me ter parecido uma personagem real.
Portanto, e para resumir, gostei da preocupação da autora em criar uma história com personagens bem desenvolvidas e com motivos para fazer o que fazem. Mas vários pontos do enredo pareceram-me inconsistentes e as personagens em si, apesar de bem delineadas, nada fizeram por mim. Bem escrito, mas com enredo que deixa a desejar. Fica a vontade de dar outra oportunidade a esta autora no futuro.
Classificação: 2/5 – OK