Autor: Susanna Kearsley
Ano de Publicação: 2008
Série: Slains #1
Editora: Allison & Busby
Páginas: 527
ISBN: 9780749080785
Origem: Comprado
Opinião: No início deste livro, a protagonista Carrie McClelland, afirma que é uma pessoa pouca dada a acreditar no destino ou em superstições, e que rege a sua vida pelas palavras do poeta William Henly: “I am the master of my fate; I am the captain of my soul.” Também sou assim no meu dia-a-dia, mas este livro levou-me a acreditar, durante os 3 dias que demorei a lê-lo, na força do destino e na inexistência de coincidências, de tal forma fiquei absorvida por esta história e estas personagens.
Carrie McClelland é uma escritora de sucesso, e o seu próximo romance histórico tem como pano de fundo a tentativa de revolução jacobita de 1708, quando o pretendente ao trono escocês, James Stuart, veio de França, com o apoio do rei francês, tentar recuperar o trono e acabar com a soberania inglesa. A personagem central do romance seria Nathaniel Hooke, um dos principais intervenientes neste evento, mas quando Carrie vai à Escócia para o aniversário da sua agente literária e passa perto do castelo de New Slains, uma sensação inquietante toma conta dela e percebe que é ali que tem de escrever a sua história e que as vozes que ouve dentro dela querem contar uma história que ela não tem força para contrariar.
Carrie aluga uma casa rústica numa localidade perto do castelo, onde procura inspiração para escrever. Assim, de cada vez que Carrie sente o impulso incontrolável da escrita, nós, leitores, vamos ficando a par da evolução do romance histórico, onde conhecemos a jovem Sophia, enviada para Slains há 300 anos por não ter mais família chegada para além da condessa que ali vivia. Slains foi um dos centros onde a conspiração para o regresso do rei James mais floresceu, e a presença de Sophia, que se transforma nos olhos do leitor, permite acompanhar a evolução dos acontecimentos. Mas o enredo de Slains não é só político: Sophia descobre também o amor no capitão John Moray, amor esse que parece condenado pelas responsabilidades de John na sublevação e o facto de ser um homem procurado.
E assim, sempre que Carrie se senta ao computador para continuar a sua história, também nós a vamos acompanhando, com regressos frequentes ao presente, onde Carrie começa a descobrir estranhas coincidências entre a ficção e a vida real e se sente abismada quando percebe que a sua história contém dados verídicos que não teria forma de ter descoberto em documentos históricos.
Acho que a melhor forma de explicar o quanto gostei deste livro é dizer que são livros destes que me recordam o quanto gosto de ler. Leio muito porque procuro constantemente a sensação que este livro me trouxe. Tudo me pareceu perfeito: a escrita evocativa de emoções, as personagens bem caracterizadas, o entrelaçar da ficção e da “realidade”, o jogo com as expectativas do leitor. Não esquecendo as descrições das paisagens escocesas, do clima e do modo de vida daquelas pessoas, que me deram quase de imediato vontade de ir a correr para lá. E toda a leitura me deixou a vida em suspenso durante 3 dias, em que aproveitei todos os bocadinhos disponíveis para ler e, sempre que a vida real se metia de permeio, a história e o destino daquelas personagens não me largaram.
Resta-me agradecer à Cat a sugestão, que me fez finalmente pegar num livro que tinha comprado há mais de 4 anos. Valeu muito, mas mesmo muito a pena.
Classificação: 5/5 – Adorei