[Opinião] The Mad Ship, de Robin Hobb

45101Autor: Robin Hobb
Série: Liveship Traders #2 | Realms of the Elderlings #5
Páginas: 906
ISBN: 0006498868
Narrador: Anne Flosnik

Sinopse: Robin Hobb returns to the sea with Mad Ship, the second book in a projected trilogy set in the same world as her famed Farseer series. Many unresolved questions from Ship of Magic are answered in this tale of sea serpents and dragons; living ships made of wizardwood; the Bingtown Trader families who sail the ships; and their disfigured cousins, the Rain Wild Traders, who build them.

The Vestritt family’s liveship, Vivacia, has been taken by Kennit, an ambitious pirate. Captain Haven is a prisoner; his son Wintrow, who bears the Vestritt blood, finds himself competing with Kennit for Vivacia’s love as she becomes a pirate ship. Althea Vestritt, in training to become Vivacia’s captain, arrives home to discover her beloved ship lost. Brashen Trell, her old friend and shipmate, proposes that they sail to Vivacia’s rescue in the liveship Paragon, who has lost two previous crews and is believed mad. Malta, Althea’s niece, seeks help from her suitor, the Rain Wild Trader Reyn, whose family is the Vestritt’s major creditor. Meanwhile, the sea serpents who follow sailing ships struggle to remember their history and return to their place of transformation.

Opinião: Decorrido mais de um ano desde que li o primeiro volume desta trilogia, decidi aventurar-me no segundo. Optei por ouvi-lo em audiobook, pensando nas tarefas domésticas e nas caminhadas, mas depois de ter demorado quatro meses a terminá-lo cheguei à conclusão que o audiobook não foi a melhor opção. De facto, caminhei menos do que seria desejável e com um bebé não é fácil aproveitar as tarefas domésticas para ir lendo mais um pouco. E assim a leitura foi-se arrastando, arrastando… até que decidi que nas férias tinha de concluir esta leitura e assim foi.

No primeiro volume já tínhamos conhecido a família Vestrit, uma das mais proeminentes no comércio de Bingtown (Vilamonte, para quem está familiarizado com as traduções portuguesas dos livros desta autora, já que esta trilogia decorre no mesmo mundo fictício das séries do Fitz, os Seis Ducados), que têm na sua posse um liveship, um barco com vida comandado por uma figura de proa feita de madeira mágica que permite que a mesma seja um ser falante e pensante. Vivacia, o barco dos Vestrit tomou um rumo inesperado no primeiro livro e vê-se agora nas mãos do pirata Kennit e, surpreendentemente, não se sente contrariada por estar na sua posse. A bordo da Vivacia está ainda Wintrow Vestrit, um jovem que estudou para sacerdote, mas que a vida levou por rumos inesperados e que descobre, ao longo deste livro, o propósito da sua vida. 

Bingtown assiste ao regresso de Althea Vestrit, depois de uma temporada fora a curar as feridas por Vivacia não ter ficado para si, para descobrir que esta foi tomada por Kennit. Paragon, o navio cego e encalhado numa praia há anos, é o “mad ship” que dá nome a este livro e que se tornará no elemento fulcral da tentativa de recuperação de Vivacia. Por outro lado, assistimos às maquinações políticas dos vários poderes da região, no meio dos quais Malta Vestrit, sobrinha de Althea, se vê envolvida. O facto de estar prometida a um jovem pertencente aos misteriosos Rain Wild Traders é o pretexto para o leitor ser levado à cidade onde vivem, montada em cima de árvores devido à instabilidade sísmica da região e às águas corrosivas do rio Rain Wild. Adorei toda a parte do livro passada neste local, pelas descrições vívidas dos modos de vida e das condições peculiares em que este povo vive, bem como a mitologia da antiga cidade escondida debaixo de escombros e deslizamentos de terras.

Para mim, não é surpresa ter adorado este livro, apesar de o tempo que demorei a lê-lo não ter contribuído muito para a dinâmica da leitura. Esta história tem um leque de personagens notável, sejam elas principais ou secundárias. A sensação que tenho é que ninguém é completamente bom ou mau e que as personagens estão tão bem construídas que o leitor identifica-se plenamente com elas, esteja ou não de acordo com as suas motivações. Para além das personagens, a autora consegue construir um mundo coerente, bem desenvolvido a todos os níveis e com os incríveis liveships, criaturas fascinantes sobre as quais não me canso de ler. Para além disso, os elementos fantásticos não são descurados e o mistério envolvendo as serpentes, os dragões e a madeira mágica encontra aqui desenvolvimentos importantes.

Foi, assim, mais um livro desta autora que adorei. Nunca me desilude.

Classificação: 5/5 – Adorei

 

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.