Autor: Jojo Moyes
Editora: Penguin
Páginas: 480
ISBN: 9780718157838
Will Traynor sabe que o acidente de motociclo lhe tirou o desejo de viver. Sabe que agora tudo lhe parece triste e inútil e sabe como pôr fim a este sofrimento. O que não sabe é que Lou vai irromper na sua vida com toda a energia e vontade de viver. E nenhum deles sabe que as suas vidas vão mudar para sempre.
Em Viver depois de ti, Jojo Moyes aborda um tema difícil e controverso com sensibilidade e realismo, obrigando-nos a refletir sobre o direito à liberdade de escolha e as suas consequências.
Opinião: Depois de já ter lido quatro livros desta autora e ter gostado de todos, Jojo Moyes passou a ser uma aposta segura para mim. Não acho que as suas histórias sejam muito originais ou excecionalmente bem escritas, mas há algo na forma como as conta, como constrói as suas personagens, como as torna reais e importantes aos olhos do leitor que me cativa e me faz querer voltar aos seus livros. Depois de algumas leituras um pouco aquém das expectativas, decidi apostar neste Me Before You, que é atualmente o livro da autora mais lido e bem classificado no Goodreads.
A história é contada na primeira pessoa por Lou Clark, uma mulher de 27 anos que vive numa localidade inglesa relativamente pequena e que se vê subitamente sem emprego. Surge-lhe a oportunidade de trabalhar como cuidadora de um tetraplégico, e Lou só aceita o emprego porque é bem pago e a sua família atravessa dificuldades financeiras. O tetraplégico é Will, um homem de 35 anos que se viu confinado a uma cadeira de rodas depois de ser atropelado. Will era um homem de negócios, um desportista, alguém que vivia a sua vida a 100% e a sua atual condição tornou-o azedo e arrogante, mas também e triste e calado.
Não é grande surpresa (ou spoiler) dizer que, após um difícil período inicial, Lou e Will encontram plataformas de entendimento e acabam mesmo por se tornar amigos. Lou consegue tornar-se a única pessoa capaz de fazer Will sorrir e voltar a sentir um pouco do que são as coisas boas da vida. Este livro é e não é uma história de amor. É, no sentido em que vemos Lou tornar-se uma pessoa melhor, mais consciente de si e do que a rodeia, mais conhecedora de si própria, por causa de Will. Não é, porque o tema forte do livro é a dignidade humana e a liberdade que temos (ou deveríamos ter) em escolher o que fazer da nossa vida.
Will e Lou são duas personagens extremamente bem caracterizadas. Lou tem imensas cores, na sua aparente simplicidade, enquanto que Will, dentro de toda a sua aspereza, é uma pessoa culta, realista e cativante. As situações em que torcemos por um e por outro vão sendo intercaladas com a realidade crua do dia-a-dia e das dificuldades dos tetraplégicos, que me impressionaram bastante. Fizeram-me pensar no quão difícil deve ser arranjar vontade para viver, dia após dia, numa situação assim e também nas dificuldades que os entes queridos destas pessoas enfrentam para os convencer que a vida vale a pena. O final que a autora escolheu para este livro pode não ser do agrado de todos, mas sinceramente achei que foi o mais realista.
Portanto, foi um livro de que gostei muito. Fez-me virar página atrás de página, ansiosa por saber que destino estava reservado a Will e Lou. É um livro que emociona sem ser lamechas e que cativa pelo realismo das personagens e das situações, nuns momentos engraçado, noutros incrivelmente triste.
Classificação: 4/5 – Gostei Bastante