Autor: J.R.R. Tolkien
Editora: HarperCollins
Páginas: 1184
ISBN: 9780007182367
Origem: Comprado
Opinião: Esta é certamente uma das opiniões mais difíceis que tive de escrever neste blogue, por um simples motivo: acho que jamais vou conseguir exprimir exatamente o quanto gosto deste livro e a influência que teve no meu crescimento como leitora. Mas não custa tentar.
Li The Lord of the Rings pela primeira vez em 2001-2002, por ocasião da estreia do primeiro filme da trilogia. A primeira leitura – bem como as seguintes – foram feitas na edição portuguesa, da Europa-América, mas ficou sempre aquele desejo de ler as palavras de Tolkien no original. Passei uns bons 10 anos sem voltar a reler The Lord of the Rings e, apesar da convicção que tinha de que ia continuar a gostar, não escondo que tinha também receio que a magia inicial se tivesse perdido de algum modo, porque afinal não sou a mesma pessoa nem a mesma leitora que era há 10 anos. Mas ainda assim decidi avançar, até porque tenho uma edição linda que merecia ser lida.
E assim foi, no final de Janeiro iniciei a leitura que se foi arrastando principalmente porque não me dediquei a ela em exclusivo. Pensei em ler um capítulo por dia, mas a verdade é que chegava ao fim do dia demasiado cansada para me apetecer ler e quando me apetecia fui dando prioridade a outras leituras. Mas às tantas decidi que ia parar de alternar leituras e dedicar-me em exclusivo a este livro. Assim foi, e terminei ontem mais uma viagem fantástica pela Terra Média.
Os meus receios eram infundados porque a magia permanece. O principal destaque vai mesmo para ter lido a história tal e qual foi escrita e, goste-se mais ou menos do estilo super descritivo de Tolkien, é inegável a musicalidade da sua escrita, que se concretiza na descrição do seu mundo inventado e de todas as personagens e acontecimentos que o povoam. A imaginação é notável, tal como o nível de detalhe que o autor dá a tudo o que criou na Terra Média: desde a geografia à história, passando pela natureza e pelos povos que a habitam. É tudo isto que dá credibilidade e força a este mundo e que me faz acreditar, mais do que em qualquer outro mundo fictício que li, que existe mesmo. Surpreendi-me a mim própria quando percebi a quantidade de nomes de que ainda me lembrava.
Os temas do livro estão mais do que discutidos e dissecados, mas não consegui deixar de me voltar a apaixonar pelo amor que Tolkien demonstra pela natureza, pela vida e pelas pessoas simples, pela coragem e pela bondade e, a maior lição que tirei e continuo a tirar deste livro: não devemos julgar as pessoas com base nas aparências ou sem lhes dar oportunidade de demonstrarem um pouco mais. A tolerância e a compreensão são virtudes essenciais.
Foi também engraçado fazer esta releitura tantos anos depois e com várias visualizações das adaptações cinematográficas pelo meio. Dei por mim várias vezes a pensar “Já não me lembrava deste acontecimento ou desta personagem” ou “Ah, isto realmente foi assim e não como puseram no filme”. Acho que uma coisa não substitui outra e ambas têm os seus atrativos: há coisas que funcionam muito melhor no livro e outras que gostei mais de ver nos filmes (a batalha de Helm’s Deep, por exemplo).
Finda a leitura, reforço a minha certeza de que este livro há-de acompanhar-me várias outras vezes ao longo da vida. E será sempre como reencontrar um velho amigo.
Classificação: 5/5 – Adorei