[Opinião] As Coisas que a Minha Mãe Dizia e que Jurei não Repetir, de Amaya Ascunce

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Autor: Amaya Ascunce
Título Original: Cómo no ser una drama mamá (2012)
Editora: Marcador
Páginas: 400
ISBN: 9789898470874
Tradutor: Alexandra Cardoso
Origem: Comprado

Sinopse: Este livro é para todos aqueles que ouviram essas frases inesquecíveis como: «Bebe o sumo depressa, que as vitaminas desaparecem», «as marcas são uma invenção para cobrar o dobro pelo mesmo pacote de leite» ou «achas que sou dona de um banco?» É para aquelas crianças de cotoveleiras e fatos de treino de nylon, que sabiam que os cromos que nos eram oferecidos à porta da escola tinham droga e que era preciso fazer a digestão durante duas horas antes de tomarmos banho. Mas também é para aqueles que garantem, com convicção, que nunca serão como as suas mães. Infelizes.

Em As Coisas que a Minha Mãe Dizia e que Eu Jurei Não Repetir… estão compiladas as frases que jurámos nunca repetir aos nossos filhos, juntamente com a opinião de alguns especialistas, como Javier Urra e Rocío Ramos-Paul – a supernanny da televisão espanhola –, e a contribuição de centenas de leitores anónimos, que contaram a sua versão. E claro, também a história da menina – a protagonista – que sabe que a parte negra da banana não é boa, por muito que a sua mãe diga que sim.

Opinião: Enquanto continuo a minha longa releitura do “The Lord of the Rings“, decidi fazer uma (pequena) pausa para pegar neste livro que me foi oferecido nos anos e que me pareceu ter os ingredientes suficientes para proporcionar umas horas de leitura leves e com algum humor.

Este é mais um caso de um blogue que teve sucesso e que foi transformado em livro. A jornalista espanhola Amaya Ascunce decidiu pegar nos vários conselhos que a mãe lhe foi dando ao longo da vida – com particular incidência na infância/adolescência – e construir à volta dos mesmos textos humorísticos. O feedback foi enorme, com vários leitores a contarem as suas próprias histórias e variações dos conselhos, e os mais interessantes foram incluídos no livro. Cada conselho (num total de 101) constitui um capítulo curto em que a autora refere em que situações os conselhos eram dados, quais as consequências, se irá manter o conselho para os seus futuros filhos, e os tais comentários dos leitores do seu blogue, muitas vezes acompanhados de comentários de um pediatra e da tal supernanny.

Li este livro em dois dias, o que tendo em conta o meu ritmo de leitura atual é digno de nota. É um livro que se lê rapidamente, e de facto encontrei nele o que pretendia – uma leitura leve e engraçada. Revi-me em vários dos conselhos, como o não poder entrar no mar 2/3h depois de comer e os míticos “Estão crianças a morrer à fome em África”, “Tudo se pode aproveitar” e a questão dos cromos que estranhos nos ofereciam. Pela proximidade cultural entre Espanha e Portugal, muitos destes conselhos/mitos maternais são semelhantes e por isso o leitor português facilmente se identifica com o que vai lendo. Não gostei muito da tradução, porque houve ali alguns ditados traduzidos à letra com correspondente em português e algumas coisas não me soaram muito bem. Mas de um modo geral, foi uma leitura que me agradou e que me fez recuar agradavelmente no tempo. Não deixa de ser engraçado compreender, quando somos pais, que muitas das coisas que nos diziam afinal até faziam algum sentido.

Classificação: 3/5 – Gostei

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.