[Opinião] O Sobrinho do Mágico, de C.S. Lewis

Liv60270001_fAutor: C.S. Lewis
Título Original: The Magician’s Nephew (1955)
Série: As Crónicas de Narnia #1 (ordem cronológica)
Editora: Presença
Páginas: 147
ISBN: 9789722329989
Tradutor: Ana Falcão Bastos
Origem: Comprado

Sinopse: Digory e Polly conhecem-se e tornam-se amigos num frio e chuvoso Verão em Londres. Os dois irão viver fantásticas aventuras quando o maléfico tio de Digory, Andrew, que pensa que é mágico, os manda repentinamente… para outro mundo. Acabam por encontrar o caminho para Nárnia, um mundo encantado repleto de um sol radiante, de flores e árvores que crescem miraculosamente e de animais falantes.

Opinião: Comprei este livro e os dois seguintes da série aquando da estreia da adaptação cinematográfica de “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa“, em 2005. É verdade, este livro aguardava pela sua vez há praticamente 8 anos. O Sobrinho do Mágico é o primeiro livro d’”As Crónicas de Narnia” em termos cronológicos, apesar de ter sido apenas o sexto a ser publicado, e explica a formação deste mundo imaginário, intimamente ligada às aventuras dos jovens Digory e Polly.

Digory é sobrinho de Andrew, um mágico que lida com anéis que permitem a viagem entre mundos diversos, apesar de não conhecer bem as suas potencialidades ou efeitos. E porque quer descobrir isso, manda o seu sobrinho e a amiga Polly para um sítio desconhecido, deixando os jovens à mercê de quaisquer perigos que pudessem encontrar. Após uma passagem por um mundo em declínio, os dois e mais alguns companheiros assistem à formação de Nárnia pelas “mãos” do leão Aslan, e, à semelhança do mito bíblico, ao aparecimento do mal desde a criação.

Aliás, é praticamente impossível dissociar a criação de Nárnia à criação do mundo tal como descrito na Bíblia, em especial no que se refere à questão do pecado original e da tentação. A moral também é um aspeto que atravessa praticamente todo o livro, contado num tom leve e por vezes humorístico; são frequentes as interjeições do narrador, como se estivesse a contar uma história a uma criança e fosse fazendo as suas próprias observações. Também a natureza de Narnia, com os seus animais falantes e a importância dada à flora são elementos de destaque. Destaque ainda para as ilustrações de Pauline Baynes, que ajudam a  visualizar os acontecimentos que nos vão sendo relatados.

Confesso que não estava à espera de gostar lá muito do livro, especialmente porque é dirigido a crianças/jovens. Mas afinal de contas até foi uma leitura bastante agradável. O nível de detalhe e de desenvolvimento no que se refere à criação de Nárnia não é grande, mas suponho que seja o adequado para a faixa etária a que se destina. O desenvolvimento das personagens também não é extenso, o que se percebe, e são todas muito a preto e branco, ou seja, ou são boas ou são más. O que me leva a não ter gostado ainda mais deste livro é a analogia óbvia desta história com os mitos bíblicos. O que por si só não é um defeito, mas nunca senti que o autor tivesse pegado nesta influência e tivesse tornado a história numa coisa sua; acabou por parecer-me apenas uma imitação – ainda por cima de uma coisa que eu não aprecio. Mas a história tem os seus pontos de interesse e explicações interessantes para quem já conhece acontecimentos e personagens que aparecerão no futuro. Por isso, vou continuar a seguir esta série.

Classificação: 3/5 – Gostei

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.