Autor: Rosy Thornton
Editora: Headline Book Publishing
Páginas: 338
Origem: Comprado
Opinião: More Than Love Letters já andava aqui por ler há um ano. Não me lembro bem o que me levou a adquiri-lo, até porque já tinha outro livro da autora por ler (que assim continua), mas penso que teve algo a ver com o facto de ser epistolar e de ter lido boas opiniões no Goodreads. Para além das cartas, temos também e-mails, recortes de imprensa, atas de reuniões e outras coisas do género.
A personagem principal é Margaret Hayton (como a Margaret, de North and South), uma jovem professora primária com grandes preocupações sociais, característica essa que se reflete na sua participação como voluntária no grupo WITCH, que promove o asilo a mulheres com os mais variados problemas, e nas cartas que escreve ao MP (deputado) eleito pela localidade, notando uma série de situações que julga precisarem de atenção. Após uma série de respostas padrão, Margaret acaba por se encontrar pessoalmente com Richard Slater e os dois percebem que a ideia que faziam um do outro está longe da realidade.
Margaret vai escrevendo e-mails à sua amiga Rebecca (como a Rebecca de Daphne du Maurier), a falar sobre como se vai desenvolvendo a relação com Richard, mas também sobre tudo o que se vai passando à sua volta, inclusive alguns acontecimentos dramáticos no seio da WITCH. Rebecca, por sua vez, vai falando a Margaret da sua fixação por arranjar namorados cujos nomes sigam uma ordem alfabética. Margaret corresponde-se também com a sua avó, com saúde frágil, enquanto vamos conhecendo Richard através dos e-mails que envia ao seu amigo Richard. Para além disso, vamos lendo também as cartas que Cora, a dona da casa em que Margaret vive, vai escrevendo ao seu marido Peter.
O livro junta elementos de humor, de drama e de romance e achei que é um pouco mais do que tanto o título como a capa dão a entender. Há alguns momentos de bastante carga dramática e abordam-se temas como o abuso sexual, o voluntariado, as preocupações sociais ou os meandros da política. Gosto da ideia de se contar uma história através de correspondência e não acho que seja propriamente fácil conseguir um bom equilíbrio entre o que se revela e o que deixa por revelar.
Gostei, mas não foi uma leitura que me marcasse particularmente. Por vezes, tive alguma dificuldade em acreditar em alguns relatos – não na sua ocorrência, mas no facto de terem sido escritos, especialmente nos e-mails de Richard para o amigo, até porque se encontravam pessoalmente com frequência. Ou seja, fiquei com a sensação que certas partes só apareceram para o leitor e que se a situação fosse real talvez não tivessem passado à forma escrita. Mas acho que o principal problema que tive com esta leitura foi a altura que escolhi para a fazer. Pensei escolher um livro mais “leve” para ir variando, mas de momento penso estar mais virada para ficção especulativa ou leituras um pouco mais exigentes. Quem sabe, fica para reler um dia.
Classificação: 3/5 – Gostei