Ando em processo de “destralhar” a minha casa. Chega de acumular coisas que não têm qualquer utilidade e que só servem para ocupar espaço precioso que devia ser destinado a coisas realmente úteis e importantes. Vai daí, cheguei aos livros. Tenho em casa cerca de 850 e sejamos realistas… dos que já li, quantos é que pretendo reler algum dia? Quantos é que quero manter comigo ao longo da vida? E dos que estão por ler, quantos é que foram adquiridos por impulso e deixaram de exercer sobre mim qualquer fascínio? Quando ponderei sobre estas questões, cheguei à conclusão que me quero ver livre de todos os livros que já não estão a fazer nada na minha vida. Tinha duas hipóteses: vender ou dar. A hipótese da venda foi seriamente considerada, até porque os livros em questão (mais de 100) renderiam certamente algumas centenas de euros. Mas depois pensei melhor e cheguei à conclusão que, para mim, os livros não são um negócio, são uma paixão. Paixão essa que tem sido partilhada com tantas pessoas fantásticas que fui conhecendo ao longo dos anos, precisamente por causa da leitura, e que agora merecem que, de certo modo, devolva essa partilha com aquilo que nos foi unindo e continua a unir. E pronto, o resultado foi este:
Os meus livros vão ficar em boas mãos. Os que não foram para amigos serão doados à biblioteca que frequento. É uma separação que, ao contrário do que um dia supus, não me traz qualquer angústia. Pelo contrário, proporcionou-me uma sensação incrível de bem-estar. Poder fazer alguém feliz com gestos simples. Boas leituras!