Editores: Sofia Romualdo, Joana Neto Lima, André Nobrega e Rogério Ribeiro
Colaboradores: Joana Maltez, Carla Ribeiro, Pedro Cipriano, Manuel Alves, Pedro S. Ferreira, A.M.P. Rodriguez, Joel Puga, Débora Fortunato Moreira, Cláudia Sérgio, João Ventura, Nuno Mendes, Cátia Marques, Anton Stark, João Barreiros e Carlos Silva
Editora: EuEdito
Páginas: 113
Opinião: Segui com interesse o surgimento do projeto Clockwork Portugal (especialmente pelo entusiasmo da Joana) e fiquei agradavelmente surpreendida com o sucesso do evento que prepararam no Porto, participando de um evento a maior escala, o Euro Steam Con. Já conhecia a Joana e a Sofia, e quando se realizou o Fórum Fantástico tive oportunidade de conhecer também o André; admiro o empenho de todos eles neste projeto, para além de que são todos umas simpatias. E então o corolário óbvio de tudo isto era eu pegar no menino de ouro deles e dar a minha opinião.
O Almanaque inicia-se com a secção de Anúncios, onde é apresentada publicidade fictícia a produtos como a câmara que lê pensamentos ou o aparelho que “cura” o mau feitio e outros desequilíbrios de personalidade. Muito bem conseguido, a nível de design e de imaginação. Também no final do almanaque aparecem alguns anúncios, desta feita reais, a publicações ou espaços relacionados com a temática steampunk.
O Editorial começa por definir o steampunk (desenvolvido num artigo mais à frente no Almanaque) e dá-nos conta da origem do projeto Clockwork Portugal, do que já foi feito até aqui e do que se pretende com este Almanaque.
Segue-se o Calendário, que apresenta a cronologia de acontecimentos relevantes até Setembro de 2013, a nível mundial, tanto a nível de eventos como a nível astrológico.
O Horóscopo é uma delícia, tanto que não só li o meu signo (descobri que preciso de uns goggles) como todos os outros. Ficou só a faltar a nota para o período a que o horóscopo se refere. Afinal de contas, preciso de encaixar o preço dos goggles no meu orçamento 😀
A secção de Artigos inicia-se com a explicação detalhada do conceito de steampunk. Já tinha lido algumas coisas sobre o assunto (de modo um pouco superficial, confesso), mas este artigo acabou com as minhas dúvidas. Muito esclarecedor. O artigo que se segue, Décimo Nono Teste de Competência Robótica – Escrita Criativa, é mais uma ficção do que propriamente um artigo. Decorrendo em 1875, narra a tentativa de um robô de escrever um texto criativo e é marcado por um tom “computacional”, em que por exemplo as cores são descritas com o seu correspondente código de cor HTML. Foi interessante, mas achei o estilo de escrita um pouco confuso. O terceiro e último artigo é uma Carta Anónima, um apelo para que os responsáveis pelo Almanaque desistam da sua publicação. O autor considera que a tecnologia é um inimigo da sociedade, que as máquinas em breve tirarão o trabalho às pessoas e revolta-se contra a industrialização e a produção em massa. Gostei, porque no meio do extremismo se encontram algumas ideias pertinentes quanto à importância que se dá às pessoas no mundo dos negócios – tema mais atual que nunca.
As Crónicas Sociais iniciam-se com o texto O Vapor do Chique, a coluna social do Almanaque, que nos dá conta de alguns escândalos da sociedade com elementos steampunk, que resulta muito bem por ser imaginativo e por ter uma linguagem adequada à época que retrata. Já O Duelo que não Aconteceu não achei nada de especial, e o facto de ter encontrado dois erros ortográficos num texto tão curto não ajudou. Por fim, as Dicas para Donas de Casa de Madame C. são deliciosas. Madame C. responde a dúvidas que lhe são enviadas por carta do modo que se esperaria na época vitoriana, enaltecendo sempre a importância das tarefas domésticas e da adulação do marido, independentemente das suas ações. Todas as perguntas têm elementos steampunk e as respostas estão muito bem elaboradas. Adorei.
Segue-se um espaço dedicado ao lazer, com um jogo de sopa de letras e umas palavras cruzadas simplificadas. Ainda não os resolvi, mas reparei que não existem soluções. Ainda assim, gostei da estética e da ligação à temática.
E como o texto já vai longo, vou guardar para outro post a análise às secções de Notícias, Entrevistas e Contos, bem como a apreciação geral desta publicação periódica.