Autor: Kate Morton
Ano de Publicação: 2010
Editora: Pan Publishing
Páginas: 677
ISBN: 9780330477581
Origem: Comprado
Opinião: Quem me segue há algum tempo sabe decerto que gostei muito dos dois primeiro livros da Kate Morton, O Segredo da Casa de Riverton e O Jardim dos Segredos. Fui adiando a leitura deste The Distant Hours, nem sei bem porquê, até porque queria tanto lê-lo que acabei por comprar a edição inglesa antes de ser por cá traduzido. Agora que a autora lançou novo livro, The Secret Keeper, lembrei-me que tinha este encostado a um canto e decidi pegar-lhe.
A história contém elementos a que a autora já nos habituou: ação que decorre em momentos distintos no tempo, narrada alternadamente; mistérios e segredos que envolvem o passado; elementos góticos (neste caso, notoriamente o castelo decrépito); e uma história de amor trágica. Junta-se a isto uma escrita elaborada, deliberadamente lenta e envolvente, e temos um típico romance de Kate Morton. Neste, o centro da história são três irmãs que vivem num castelo no interior de Inglaterra, cuja vida aparece envolta em mistério e que fascina a jovem Edie Burchill, filha de uma mulher que se refugiou no castelo por ocasião da Segunda Guerra Mundial. A história da sua mãe e das irmãs demora a revelar-se e Edie acaba por ir visitar o castelo por acaso, o que contribui ainda mais para a sua obsessão pelas irmãs e pelo castelo. A juntar a isso, o livro que mais marcou a infância de Edie e contribuiu para a sua profissão – editora – foi escrito por Raymond Blythe, o pai das três irmãs.
As três irmãs são, na minha opinião, as personagens mais cativantes do livro: Percy, a irmã gémea terra-a-terra, decidida, objetiva e dominadora; Saffy, a irmã gémea passiva, sonhadora e com habilidade para a escrita; e Juniper, a irmã espírito livre, com acessos de loucura originados por um acontecimento passado traumático. Ao longo da história vamo-las conhecendo em várias fases da vida e todas elas são superiormente caracterizadas. Achei que Edie e a sua mãe foram um bocado menos bem compostas e nunca consegui verdadeiramente interessar-me pelos seus dilemas.
Eu gostei deste livro, mas sinto-me um pouco desiludida. Parece uma contradição, mas explico: pelos padrões gerais, é um bom livro, mas sinceramente esperava mais desta autora que já me proporcionou momentos de leitura fantásticos. A narrativa é bem sucedida no objetivo de captar o interesse do leitor à medida que avança, se este estiver na disposição de suportar alguns momentos mais “mortos”, na senda de descobrir a resolução de alguns segredos bem guardados, mas a verdade é que achei o final muito forçado. Já tinha achado o mesmo de algumas coincidências e acasos que pontuaram a história, mas o final não me satisfez nem convenceu. Quando se parte para um livro da Kate Morton, já se sabe mais ou menos o que esperar, e a sensação de “mais do mesmo” é normalmente desvanecida pelo poder narrativo que tem e pelas histórias intrincadas que fazem virar página atrás de página para saber como terminará a história. Desta vez, não me senti tão cativada. Portanto, é um livro que penso que os fãs da autora deverão gostar, mas que não recomendaria como primeira experiência para quem ainda não a leu.
Classificação: 3/5 – Gostei