Autor: Vanessa Diffenbaugh
Título Original: The Language of Flowers (2011)
Editora: Objectiva
Páginas: 416
ISBN: 9789896720742
Tradutor: Ana Mendes Lopes
Origem: Comprado
Opinião: Já não sei exatamente o motivo pelo qual este livro me chamou a atenção assim que saiu, mas foi daqueles casos em que sabia que, mais cedo ou mais tarde, acabaria por ler. Tinha-o há 2 ou 3 meses a aguardar a sua vez e agora decidi pegar-lhe.
A Linguagem Secreta das Flores não é, ao contrário do que o título ou a capa podem dar a entender, um romance leve e cor-de-rosa; pelo contrário, lida com traumas de infância, com a integração de um indivíduo na sociedade e com o perdão. A história é narrada na primeira pessoa por Victoria Jones, uma jovem orfã de feitio difícil que viveu toda a vida entre casas e famílias de acolhimento. Assim que faz 18 anos, Victoria vê-se sozinha no mundo e quando arranja emprego de florista a jovem acredita que conseguirá ultrapassar todas as dificuldades.
Ao mesmo tempo que nos é relatada a história presente de Victoria, vamos lendo intercaladamente capítulos decorridos no passado, quando Victoria tinha 9 anos e foi acolhida por Elizabeth, uma mulher solteira que demonstrou infinita paciência para a personalidade complicada da criança. Entre outras coisas, Victoria aprendeu com Elizabeth o significado das flores, criando com elas uma afinidade especial, que no futuro lhe viria a permitir vingar na profissão de florista.
O leitor sabe à partida que algo correu mal na estadia de Victoria na casa de Elizabeth, mas só o avançar da história permitirá saber em concreto o quê. A autora tenta, assim, entrelaçar presente e passado e fazer com que o desvendar desse mistério seja o motor principal do interesse do leitor. Como já disse aqui antes, gosto muito dos livros que jogam com situações presentes e passadas e acho que, se esse “jogo” for bem construído, o livro pode tornar-se memorável. Neste caso, confesso que estive quase sempre mais interessada na história passada do que na presente, apesar de não ter achado que o tal mistério, revelado perto do final, tivesse sido assim tão surpreendente ou convincente.
O livro tem momentos muito bons, especialmente quando a autora se debruça na linguagem das flores e naqueles momentos em que os gestos dizem mais que as palavras. Diria que a primeira metade é bastante cativante, mas a partir daí a história arrasta-se um pouco e o que me motivou a continuar a ler foi pouco mais do que o interesse por saber como tudo aquilo iria terminar. Não posso dizer que não gostei de Victoria, mas pareceu-me demasiado estranha e inacessível para conseguir arranjar um ponto de contacto com o qual me pudesse identificar. E considerei a história de amor com a sua mãe adotiva muito mais emocionante do que a que vive com Grant, um jovem também conhecedor da linguagem das flores.
De forma resumida, foi um livro de que gostei bastante a espaços e que me proporcionou uma leitura agradável, mas que deixa definitivamente a sensação que poderia ter sido muito melhor. Nota final para a quantidade de gralhas que o livro tem, que, na minha opinião, ultrapassa o limite do aceitável.
Classificação: 3/5 – Gostei