Autor: Jennifer Donnelly
Editora: Harper Collins
Série: The Tea Rose #1
Páginas: 675
ISBN: 9780007208005
Origem: Comprado
Opinião: Antes de mais, se quiserem ler a sinopse deste livro, vão por vossa conta e risco, porque é demasiado reveladora. Mas passando ao livro propriamente dito: como achei engraçada a ideia de pedir a alguém que olhasse para a minha lista de livros por ler e me indicasse um livro acerca do qual gostaria de ler uma opinião, a White Lady sugeriu-me que lesse este livro, que ainda não se encontra publicado em Portugal.
Trata-se de um romance histórico, decorrido nos finais do século XIX, entre Londres e Nova Iorque. A protagonista é a jovem Fiona Finnegan, filha mais velha de um família inglesa que vive no limiar da pobreza. Apesar das dificuldades, Fiona é uma rapariga feliz e apaixonada por Joe, um amigo de infância, com quem sonha fazer uma vida em comum e abrir uma loja para dar asas às suas ambições. Entretanto, Londres é assolada pelos crimes de Jack, o Estripador. Este sub-enredo é bastante secundário mas interessante, e acaba por ter influência no destino de Fiona. Sem revelar muito mais, posso acrescentar que Fiona terá de sofrer muitas perdas e passar por muitos desgostos até conseguir encontrar a sua paz.
Este livro, de quase 700 páginas, lê-se num ápice sem praticamente darmos por isso. Muito disso deve-se à prosa simples, aos capítulos curtos e à dinâmica constante do enredo que envolve Fiona e que nos faz virar página atrás de página, com curiosidade por saber o que se irá seguir. Para além do interesse em seguir o destino da personagem principal, tanto a nível pessoal como profissional, é um livro que proporciona uma boa visão acerca dos problemas vividos na época pelas classes menos favorecidas e da importância das greves na obtenção de melhores condições de trabalho. É também um bom retrato do chamado “sonho americano” e que levava muita gente a rumar aos Estados Unidos em busca de uma vida melhor.
Não considero que seja um livro que se distinga pela escrita ou que tenha personagens particularmente memoráveis e complexas, com limites ténues entre o bem e o mal: conseguimos compreender quase de imediato quem são os bons e quem são os maus. A história também não prima pela imprevisibilidade, sendo fácil adivinhar o desenlace de muitas situações; mas há outras, em concreto no final, que nos deixam realmente surpresos. Por fim, nem sempre gostei do rumo da viagem emocional de Fiona, mas esta acaba por ter um desenlace satisfatório, ainda que esperado.
Apesar destas críticas, foi uma história que, de uma forma ou outra, me cativou e me manteve “presa” durante as suas muitas páginas. Fico com muita vontade de ler a sequela.
Classificação: 4/5 – Gostei Bastante