Autor: Ricardo Menéndez Salmón
Título Original: La Ofensa (2007), Derrumbe (2008), El Corrector (2010)
Editora: Porto Editora
Páginas: 128+176+128
ISBN: 9789720045027 / 9789720045119 / 9789720043177
Tradutor: Helena Pitta
Origem: Comprados
Opinião: Foi com esta Trilogia do Mal que Ricardo Menéndez Salmón saltou para a fama e se tornou numa referência promissora de sucesso quando falamos da nova literatura espanhola. Com esta Trilogia, Ricardo Salmón conseguiu uma fama além-fronteiras, principalmente em Portugal onde a Porto Editora aposta, e bem, nas suas obras. É daqueles autores cuja qualidade me surpreendeu positivamente, e as suas obras terão o meu interesse e curiosidade à medida que forem traduzidas para português.
De facto, quando se começa a ler a sua primeira obra, para mim aquela que mais me completou, começamos a compreender tão enorme sucesso; na sua escrita simples, depurada, não encontramos elementos a mais, tudo ali parece fazer sentido, tudo ali parece estar no sítio certo, sensação essa que nos acompanha até ao fim desta Triologia. No conjunto, acabam por ser obras inteligentes, que agarram e questionam o leitor.
Nestas três obras, o Mal acaba por ser retratado de 3 maneiras diferentes: na primeira obra, A Ofensa, entramos por dentro do horror do nazismo. O entusiasmo de um alfaiate pelas ideias nazis consegue colocar-nos dentro da mente de um homem iludido pela força de um ideal, cuja redenção acaba por ser o mote para um livro capaz de surpreender e de o tornar inesquecível para quem o lê. É daquelas obras que eu diria sem complexos, e com uma ponta de inveja: gostaria de ter sido eu a escrever. Só sentimos um imenso vazio por saber que a viagem por este livro maravilhoso dura apenas por 117 páginas.
A segunda obra, A Derrocada, acaba por se um livro mais complexo. O Mal aqui é visto como se fosse um vírus que se espalha de forma misteriosa por uma pacata cidade costeira, que se vê confrontada com algumas situações a que não estava habituada. É o livro mais longo desta Triologia e aquele onde se coloca o medo da proximidade do Terror e do Mal como o tema chave.
A terceira obra é aquela em que a realidade nos está mais próxima; um revisor assiste via televisão ao dramático atentado que ocorreu em Espanha, no dia 11 de Março de 2004. Durante esse dia, o homem interroga-se sobre a pequenez do ser humano, a sua fragilidade, e como, num simples e rápido momento, as nossas vidas poderão mudar de forma radical. Acaba por ser um livro “vingativo”, principalmente para com a classe política. Percebe-se que o autor não se coibiu de apontar o dedo aos culpados do atentado ter acontecido. Temos frases de grande crítica aos políticos, cuja verdade poderá também ser provada no nosso país, tornando-se autênticas verdades universais.
São 3 livros bem “duros”, mas nada negros. Aqui tenta-se ver alguns lados do Mal, tentando-se compreendê-lo sem o impor à força, numa Trilogia merecedora de ser lida por toda a gente e de seguida. – Ricardo
Classificação: 5/5 – Adorei