Autor: Suzannah Dunn
Título Original: The Sixth Wife (2007)
Editora: Quinta Essência
Páginas: 274
ISBN: 9789898228185
Tradutor: Sofia Gomes
Origem: Comprado
Catherine, duquesa de Suffolk, e a melhor amiga de Kate, é a testemunha privilegiada do amor tardio da rainha viúva. Mas, apesar dos seus receios em relação ao novo marido de Kate, a pouco e pouco torna-se óbvio que também ela esconde uma história negra. E se Thomas é capaz de trair a mulher pelo poder, a fria e calculista Cathy é capaz de trair a melhor amiga por amor.
Numa época em que a mínima indiscrição podia significar prisão e, até, a morte, a nova vida de Katherine Parr decorre longe de olhares indiscretos, entre os que mais a amam – mas até que ponto esse amor a poderá proteger da mais cruel das traições?
Opinião: A primeira coisa que quero dizer acerca deste livro é que o título é enganador, pois ao contrário do que pode fazer supor, a história apenas toca de forma ligeira a vida de Katherine Parr, sexta e última mulher de Henrique VIII, famoso rei de Inglaterra. Tenho lido alguns livros sobre o período mais conturbado do seu reinado, quando casou com Ana Bolena, mas pouco sei sobre as mulheres com quem casou posteriormente, pelo que achei que este livro, apesar de ter visto algumas opiniões menos entusiásticas, poderia ajudar-me a colmatar essa falha.
A história tem início pouco tempo após a morte de Henrique VIII e é narrado na primeira pessoa por Catherine, duquesa de Suffolk e amiga de infância de Katherine Parr. Foca-se basicamente na relação de amizade entre as duas e na decisão de Katherine de voltar a casar pouco tempo depois com Thomas Seymour, irmão da terceira esposa de Henrique VIII, Jane Seymour, e tio de Edward VI, o rei-criança que sucedeu ao pai apenas com 9 anos de idade.
Apesar de se notar alguma preocupação, mas pouca, em situar o leitor a nível histórico, este livro é muito fraco em termos de contextualização história e intriga política. Como referi, centra-se quase na totalidade nos dilemas pessoais da duquesa de Suffolk e na sua relação com Catherine e Thomas, deixando para um segundo plano muito afastado a instabilidade política da época. Para além disso, o tom demasiado coloquial e moderno da narrativa não ajuda a torná-la mais verosímil. Dá a sensação que quer ser um romance e um histórico ao mesmo tempo, mas acaba por não ser nem uma coisa nem outra: a componente pessoal/sentimental das personagens, que me parece ser o objectivo principal da narrativa, raramente cativa, e o tratamento superficial propositado da contextualização histórica só o torna mais pobre.
Em relação às personagens, posso dizer que no início achei que Cathy, a duquesa, tinha uma personalidade interessante, um pouco rebelde para a época, mas muito crente nos seus princípios e na sua amizade para com Katherine Parr. Essa amizade acaba por ficar manchada pelo comportamento de Cathy, e essa mudança simplesmente não convence, parece demasiado repentina. Katherine Parr nunca deixa de ser mais do que uma sombra mal delineada no livro e Thomas tem tantas flutuações de carácter que o leitor acaba por não chegar a perceber quem ele é realmente.
No final de contas, foi um livro que me deixou indiferente. Não me parece que tenha qualidade suficiente para o poder recomendar.
Classificação: 2/5 – OK