Autor: David Nicholls
Título Original: One Day (2009)
Editora: Civilização
Páginas: 456
ISBN: 9789722631792
Tradutor: Ana Baer
Origem: Empréstimo
15 de Julho de 1988. Emma e Dexter conhecem-se na noite em que acabam o curso. No dia seguinte, terão de seguir caminhos diferentes. Onde estarão daqui a um ano? E no ano depois desse? E em todos os anos que se seguirão? Vinte anos, duas pessoas, um DIA.
Opinião: Quando foi lançado no Verão do ano passado, muito se falou deste livro e chegou a estar em vários tops de vendas nacionais, por isso fiquei com curiosidade para saber de que tanto se falava. O livro estava disponível na biblioteca, e por isso decidi dar-lhe uma oportunidade.
Um Dia conta a história de Emily e Dexter, desde o dia em que se conheceram e durante os vinte anos seguintes, com a particularidade de apenas relatar os acontecimentos ocorridos no dia 15 de Julho de cada ano. Ao longo do tempo, a relação de amizade (e, quem sabe, algo mais) entre Em e Dex vai tendo altos e baixos, períodos de afastamento e períodos de aproximação e ambos vão eles próprios avançando com as suas vidas pessoais e profissionais, aprendendo com o passar do tempo e com o que a vida ensina.
Dexter é uma daquelas pessoas que parece constantemente perdida na vida, com dificuldades em perceber o que é realmente importante. Refugia-se dos problemas com o álcool e outras substâncias, percorre o mundo à procura de novas emoções, consegue tornar-se um famoso apresentador de TV, mas a aura de irresponsabilidade e egoísmo nunca parece realmente abandoná-lo. As únicas alturas em que parece mais equilibrado e introspectivo é quando está com Emily, uma jovem que sonha ser escritora, mas que fica durante muito tempo confinada num restaurante de comida mexicana. O leitor sabe que Dexter é mais do que um amigo para ela, e a própria personagem também sabe, mas a verdade é que Emily vê Dexter seguir com a sua vida e nunca luta verdadeiramente pelo que sente. Porque, como Emily diz a certa altura, “ama-o mas não gosta dele”.
Tal como a relação das personagens, também esta leitura teve para mim altos e baixos. Houve partes que decididamente me cativaram, mas outras que achei aborrecidas por considerar que não acrescentam muito à história. O livro lê-se muito depressa, o que é facilitado pela escrita simples de David Nicholls, e considero que as personagens estão bem caracterizadas, mas nunca consegui simpatizar com Dexter e a Emily por vezes irritou-me pela sua inércia. Estão a ver quando nos dá vontade de entrar dentro do livro e abanar as personagens para ver se acordam? Pois.
Achei que a forma como o autor decidiu narrar foi original e um pouco arriscada, porque seria demasiada coincidência os acontecimentos marcantes destas duas vidas acontecerem sempre no mesmo dia do ano. Assim, são seleccionados apenas alguns e considero que funcionou bem, nesse aspecto. Também gostei da inesperada parte final, mas as personagens principais e a dinâmica da sua relação deixou-me com sentimentos mistos, por isso foi uma leitura que ficou aquém do esperado.
O livro foi entretanto adaptado ao cinema e estreia em Julho nos EUA, com Anne Hathaway e Jim Sturgess nos principais papéis.
Classificação: 3/5 – Gostei