[Opinião] Uma Biblioteca da Literatura Universal, de Hermann Hesse

Autor: Hermann Hesse
Título Original: Eine Bibliothek der Weltliteratur; Umgang mit Büchern; Bücherlesen und Bücherbesitzen; Vom Schriftseller; Der junge Dichter; Über das Lesen; Autoren-Abend; Vom Bücherlesen; Bekenntnis des Dichters; Magie des Buches; Lieblinglektüre (1907-1945)
Editora: Cavalo de Ferro
Páginas: 127
ISBN: 9789896231385
Tradutor: Virgílio Tenreiro Viseu
Origem: Empréstimo

Sinopse: Os livros são fonte de satisfação, de alegrias e de conhecimento, enriquecendo a nossa vida e aumentando o valor da nossa existência. Mas quantos de nós já não nos sentimos perdidos nessa floresta densa e por vezes hostil que é o mundo dos livros e da literatura? O que ler? Como encontrar o livro que secretamente procuramos? Hermann Hesse, escritor amado por gerações de leitores, guia-nos neste conjunto de textos fundamentais pela floresta de papel da literatura, introduzindo-nos à «magia do livro». Explica e ilustra com clareza o que significa encontrar um livro — acontecimento que pode ser tão ou mais importante do que o encontro com outra pessoa. Ajuda-nos de forma simples e precisa no passo mais delicado e fundamental: a criação da nossa própria biblioteca. Sugere-nos livros incontornáveis e explica-nos porque devemos travar conhecimento com eles. Reflecte de forma actualíssima sobre o universo da leitura e da escrita. Um livro fundamental, inédito em português, para todos os leitores que pretendam iniciar ou aprofundar o seu conhecimento na arte subtil da leitura.

Opinião: Com uma sinopse destas, como não ficar interessada neste livro? À luz do meu interesse recente em ler sobre livros, pareceu-me mais uma aposta interessante, e deste modo aproveitei o facto de a biblioteca que frequento o ter disponível.

Uma Biblioteca da Literatura Universal é um conjunto de 11 ensaios curtos sobre livros, leitores, escritores e a literatura, de um modo geral. O maior ensaio do livro é o que lhe dá nome; nele, Hermann Hesse partilha connosco o que, na sua opinião, constitui o núcleo de livros a ter em qualquer biblioteca. Clássicos, na sua grande maioria, trata-se de uma selecção que considero muito interessante e que só peca mesmo por não conter nenhum livro de autores portugueses. Claro que não se poderá considerar uma falha, até porque o autor faz questão de frisar que é apenas a sua lista e que tem consciência que muitos autores de qualidade ficaram de fora.

Os restantes ensaios versam sobre a importância da leitura na educação das pessoas, sobre a relação que as pessoas estabelecem com os livros, sobre as vicissitudes de se ser escritor ou sobre os diversos tipos de leitores. E foi no que respeita a este último tema que discordo em parte com o que Hermann Hesse afirma; na sua opinião, um leitor que pega num livro com o único propósito de passar o tempo ou se entreter não é um bom leitor. Na minha opinião, querer pegar num livro que ajude a aliviar o stress do dia-a-dia ou que sirva, pura e simplesmente, para entreter, é um motivo tão válido como outro qualquer. Concordo que evoluímos mais como leitores e pessoas quando nos deparamos com um livro que nos dá que pensar, que nos ensina e que nos faz sentir que acrescentou algo; contudo, nem sempre estamos para aí voltados e devemos, acima de tudo, pegar em livros que desejamos ler.

Trata-se pois, de um livro interessante, com uma prosa lúcida e cativante, de um assunto que me interessa bastante, e cuja leitura recomendo. Mas com espírito crítico. 

Classificação: 3/5 – Gostei

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.