[Opinião] A Pequena Loja de Blossom Street, de Debbie Macomber

Autor: Debbie Macomber
Título Original: The Shop on Blossom Street (2003)
Série: Blossom Street #1
Editora: Arcádia
Páginas: 416
ISBN: 9789892800066
Tradutor: Paulo Emílio Pires
Origem: Empréstimo

Sinopse: Lydia Hoffman tem uma pequena retrosaria. A loja representa uma promessa de libertação para uma nova vida, uma vida livre de cancro. Lydia ensina a tricotar e a primeira aula tem como tema “aprender a tricotar uma mantinha de bebé”. A aula tem 3 alunas. Jacqueline quer tricotar algo para o seu neto como forma de reconciliação com a nora desavinda. Carol acalenta a esperança de que a manta de bebé que está tão empenhada em fazer seja o prenúncio de uma gravidez há muito desejada e, até agora, não consumada. A última aluna, Alix pretende doar a mantinha para um projecto comunitário. São quatro mulheres, tão diferentes entre si que se reúnem para tricotar, um hábito tão antigo como, aparentemente inocente, mas que as leva a descobrir muitos factos inesperados. Descobertas que forjam uma amizade e mais qualquer coisa. Quem diria que o acto de tricotar mantas de bebé poderia mudar as suas vidas?

Opinião: A Pequena Loja de Blossom Street é a loja de tricô recém-aberta em Seattle por Lydia Hoffman, uma mulher com um passado marcado pelo cancro e que decide empregar as suas poupanças num sonho antigo, incentivado pelo seu pai entretanto falecido. Como forma de estimular a actividade da loja, Lydia decide começar um curso de tricô, no qual se inscrevem, inicialmente, três mulheres muito diferentes: Jacqueline, Carol e Alix.

O livro encontra-se dividido por capítulos curtos narrados do ponto de vista das quatro personagens principais, mas apenas os capítulos de Lydia aparecem na primeira pessoa. De forma intercalada, vamos acompanhando a vida destas quatro mulheres, e o foco é muito mais nas suas vidas pessoais e nos seus dilemas do que propriamente nas suas reuniões na loja de tricô. De facto, a partir de certa altura, as reuniões começam a perder importância na narrativa e, infelizmente, só amiúde voltam a ser referidas.

Gostei do desenvolvimento da história e acho que toca em temas interessantes, como a luta contra o cancro, a infertilidade ou os preconceitos sociais, mas achei que as personagens, com excepção de Lydia, não são muito bem caracterizadas ou desenvolvidas, e são muito estereotipadas. Uma delas passa de alguém que suscita aversão no leitor, pelos seus preconceitos e atitudes, para no fim se transformar numa pessoa benemérita e preocupada com os outros. Claro que existe uma tentativa da autora para introduzir acontecimentos que possam justificar esta mudança radical, mas na minha opinião não é convincente. A história também não é propriamente imprevisível, mas tendo em conta o género de livro já sabia o que esperar.

Apesar das falhas, foi um livro que me entreteve e que me interessou, muito pela forma doce como é narrado. É do o tipo de livros a que em inglês se chama “feel good books“: com uma história leve, de leitura rápida e onde sabemos que, por mais entraves que apareçam, as personagens terão um final feliz. Este não é particularmente memorável, mas ainda assim gostei de o ler e deu para desanuviar um pouco.

Classificação: 3/5 – Gostei

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.