Autor: Elise Blackwell
Título Original: Hunger (2003)
Editora: Livros de Areia
Páginas: 100
ISBN: 9789898118103
Tradutor: Safaa Dib
Origem: Empréstimo
Opinião: Em Nova Iorque, um homem idoso recorda os tempos que passou na Rússia durante a Segunda Guerra Mundial, durante o cerco a Leninegrado. Nunca lhe sabemos o nome, apenas que fazia parte de um grupo de cientistas de um laboratório de genética que, enquanto a fome na cidade continuava a aumentar, tinha como missão proteger as sementes, várias delas raras, mesmo que para isso tivessem de sacrificar a sua vida.
Este relato na primeira pessoa fez-me lembrar um conjunto de peças de um puzzle dispersas, cabendo ao leitor, em última análise, montá-las para obter a imagem completa. A narrativa salta constantemente de tema em tema: algumas partes falam da vida pessoal do narrador, da sua vida de casado e das suas relações extra-conjugais; outras das viagens que, no passado, os cientistas fizeram a vários locais do mundo para recolher sementes raras. São também várias as referências a Babilónia e aos seus jardins suspensos.
A escrita de Elise Blackwell é bastante poética, mas nem por isso difícil de seguir. Achei-a um pouco fria, por vezes, como que a acompanhar o local onde a acção principal decorre. Quanto ao que retirei deste livro, acho que proporciona essencialmente reflexões sobre a condição humana em condições extremas. O narrador tem algumas acções de louvar, mas a principal imagem que me passou foi a de um anti-herói, de alguém egoísta e exclusivamente preocupado com a sua sobrevivência. Considero que esta pode ser uma escolha interessante para personagem principal, mas pessoalmente não me cativou e é por esse motivo que não apreciei mais este livro. Ainda assim, uma boa leitura, diferente daquilo a que estou habituada.
Classificação: 3/5 – Gostei