Autor: John Harding
Título Original: Florence and Giles (2010)
Editora: Livros d’Hoje
Páginas: 288
ISBN: 9789722040884
Tradutor: n.d.
Origem: Comprado
Mas naquela casa existem segredos sombrios que não deveriam ser revelados. Porque é que Florence sonha sempre com uma mulher misteriosa que insiste em ameaçar o seu irmão? Que segredo esconde a nova preceptora e porque Florence tem dela um medo sobrenatural? E porque é que o seu tio não permite que ela aprenda a ler? Florence precisa de encontrar muitas respostas – sejam elas inventadas ou não, e soluções nem sempre fáceis para proteger Giles, e o seu amor pelos livros, antes que alguém descubra quem ousou abrir as portas daquele mundo literário.
Opinião: Quando saiu no Verão, este foi um livro que me chamou a atenção principalmente por indiciar falar no amor aos livros, tema que me interessa sempre, bem como pela componente de mistérios e segredos que aparentava ter. Deixei esta leitura para mais tarde, e achei que esta era uma altura propícia para a começar.
O livro é contado na primeira pessoa por uma menina de 12 anos, Florence, precisamente a quem o título do livro faz referência. No final do séc. XIX, Florence vive numa velha mansão com o seu irmão mais novo, Giles, uma governanta e alguns empregados, estando ambos a cargo de um tio ausente, uma vez que as duas crianças são órfãs. O início do livro faz jus ao prometido, quando acompanhamos a pequena Florence na busca incessante por conhecimento na biblioteca da casa, sempre às escondidas, pois o seu tio era da opinião que as mulheres não deviam ser alfabetizadas. Apesar disso, Florence sente um fascínio tão grande por aquelas filas e filas de livros presentes na biblioteca que, sem nenhum dos adultos se aperceber, aprende a ler sozinha e passa os dias acompanhada pelos livros e imersa nas suas histórias.
Mas, a partir da chegada de uma nova preceptora, Miss Taylor, o livro embarca numa direcção completamente diferente e afasta-se do tom ligeiramente infantil que tinha apresentado até então. Florence começa a suspeitar da natureza de Miss Taylor, nitidamente influenciada pela sua grande imaginação e pelas histórias que encontrou nos livros. Mas será mesmo imaginação de Florence, ou as suas suspeitas têm fundamento? A partir de determinada altura, o livro começa a ficar repleto de elementos sobrenaturais e o leitor sente-se no meio de uma história de ambiente gótico e algo inquietante, especialmente pelo facto de ser narrado por uma criança. Apesar de ser uma personagem cativante, algumas das acções e linhas de pensamento de Florence acabam por parecer um pouco irreais, pela sua juventude.
O final é talvez das coisas mais estranhas que já li, mas gostei do facto de, de certo modo, a sua interpretação ficar a cargo do leitor. Foi um livro que acabou por não ser bem aquilo que esperava e que a sinopse fazia supor, mas isto não significa que tenha sido uma desilusão.
Classificação: 3/5 – Gostei