[Opinião] A Filha do Rei, de Barbara Kyle

Autor: Barbara Kyle
Título Original: The King’s Daughter / A Dangerous Devotion (1995)
Série: Tornleigh #2
Editora: Planeta
Páginas: 464
ISBN: 9789896570965
Tradutor: Sofia Gomes
Origem: Empréstimo

Sinopse: A Filha do Rei é o segundo volume da série Thornleigh e, tal como o primeiro livro da autora publicado em Portugal, A Aia da Rainha, é um romance histórico situado no tempo de Henrique VIII. O novo romance de Barbara Kyle passa-se na Inglaterra dos Tudor, durante o reinado de Maria I, a rainha sanguinária (Bloody Mary, em inglês) e revela dados inéditos sobre este conturbado período da história europeia. No livro, a autora levanta a possibilidade de a soberana ter queimado os ossos de Henrique VIII, seu pai, criando assim a dúvida se de facto este está sepultado onde se crê estar. Rico em detalhes de uma época pródiga em episódios e personagens fascinantes, A Filha do Rei não poupa o leitor a imagens cruas e impressionantes sobre o cárcere de famílias inteiras, sobre alianças maquiavélicas em torno do poder e sobre a luta de uma mulher pelo futuro de uma nação… Isabel I.

Opinião: Depois da agradável surpresa que foi A Aia da Rainha, a curiosidade por ler o volume seguinte da série era mais que muita. O título deste livro apontava para um enfoque na rainha Maria I, mas, tal como o título do volume anterior, acaba por induzir o leitor em erro. De facto, a história gira em torno de Isabel Tornleigh, filha dos protagonistas de A Aia da Rainha, e tem como pano de fundo o período conturbado de rebeliões durante o reinado de Maria I de Inglaterra e da luta desta contra os hereges.

No meio deste turbilhão social, em que a corajosa Isabel toma o partido dos rebeldes, a jovem vê-se subitamente obrigada a tentar salvar o pai da prisão e da eminência de ser enforcado e tem para isso a companhia do espanhol Carlos Valverde. É nesta busca que o livro se centra, mas o enredo foca-se também bastante nos movimentos da rebelião liderada por Thomas Wyatt.

Para além de conter uma perspectiva histórica bastante interessante sobre os principais factos que marcaram esta rebelião, julgo que a autora é bem sucedida na criação do ambiente adequado para a cidade de Londres e na descrição das condições bastante precárias das prisões da altura. Tudo isto demonstra que Barbara Kyle se documentou bem em termos históricos, o que funciona como uma mais-valia para o livro. As minhas reticências prendem-se mais com o desenvolvimento das personagens e do próprio enredo. As primeiras parecem mais ou menos estereotipadas (talvez com excepção de Carlos) e as situações apresentam por vezes um elevado grau de previsibilidade, o que só por si não é mau, mas neste caso considero que podia ter sido melhor trabalhado. Também não achei a componente romance do livro muito convincente.

Em termos gerais, considero que fica um pouco aquém do volume anterior, mas gostei o suficiente para desejar ler o próximo da série. De referir ainda que foi o meu primeiro empréstimo das BLX (rede de bibliotecas de Lisboa), que pretendo utilizar mais amiúde nos próximos tempos. 

Classificação: 3/5 – Gostei

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.