Autor: Carlos Ruiz Zafón
Título Original: Marina (1999)
Editora: Planeta
Páginas: 260
ISBN: 9789896571191
Tradutor: Maria do Carmo Abreu
Origem: Empréstimo
Opinião: Li e gostei muito dos dois livros deste escritor espanhol que tinham sido publicados em Portugal, A Sombra do Vento e O Jogo do Anjo. Foi, por isso, com enormes expectativas que parti para esta leitura, com vontade de regressar aos mundos mágicos e à teia de belas palavras com que Carlos Ruiz Zafón nos tem vindo a brindar. Marina foi o último livro que escreveu antes de publicar o famoso A Sombra do Vento, e é também considerado o seu último livro juvenil, depois de ter publicado El príncipe de la niebla, El palacio de la medianoche e Las luces de septiembre. No entanto, e apesar de não ter lido os livros que o precederam, arrisco-me a dizer que Marina é mais um livro de transição, porque de juvenil só tem mesmo as idades dos protagonistas.
Óscar Drai é um adolescente que vive num orfanato em Barcelona, mas que encontra frequentemente consolo a vaguear pelas ruas de Barcelona e na liberdade que estas aparentam dar-lhe. A zona de Sarriá estava repleta de antigas mansões senhoriais, várias delas em ruínas, e o seu fascínio por este ambiente algo degradado leva-o lá frequentemente. Numa dessas ocasiões, Óscar conhece Marina e o seu pai, Germán, e começa a frequentar a casa deles. Uma visita ao cemitério de Sarriá em busca de aventura dá início ao desenterrar de vários segredos antigos e leva Óscar e Marina a encontraram-se no meio de uma história com personagens muito pouco usuais.
Este livro, à semelhança dos que já conhecemos do autor, recupera a cidade de Barcelona como palco de mistérios, segredos, e de uma história com ambiente gótico, apresentando mesmo alguns elementos de terror e sobrenatural. É um livro muitíssimo bem escrito, como é apanágio do autor, e que lança claramente as bases das suas obras posteriores. Por isso mesmo, e por já conhecer um pouco as linhas com que Zafón se cose, vários elementos do enredo tornaram-se algo previsíveis e o desenvolvimento das personagens perdeu um pouco em comparação com a riqueza a que o autor já nos tinha habituado. Por estes motivos, não foi um livro que me tivesse deixado uma impressão tão forte como os dois anteriores; não deixa, no entanto, de ser um bom livro, que julgo ser um bom ponto de partida a quem ainda não tenha experimentado este autor.
Classificação: 3/5 – Gostei