Autor: Mari Pau Domínguez
Título Original: La Casa de los Siete Pecados (2009)
Editora: Presença
Páginas: 309
ISBN: 9789722344135
Tradutor: Mário Bruno Cruz e Antonella da Silva
Origem: Recebido para crítica
Opinião: Às vezes, nem sempre os livros surgem nas melhoras alturas, sendo subjugados pelo cansaço e pela falta de tempo. Foi o que aconteceu com A Casa dos Sete Pecados, de Mari Pau Domínguez, o primeiro livro da autora a ser editado em Portugal, no início do mês passado. Este romance histórico dá a conhecer uma das mais famosas lendas de Madrid e faz-nos viajar até tempos onde Portugal e Espanha eram uma só nação.
A acção começa com a descoberta de umas ossadas, em 1882, numa famosa casa de Madrid. Este mistério é o ponto de partida para a acção principal que se centrará entre 1568-1581. A narrativa dá-nos a conhecer, em pormenor, o reinado de D. Felipe II de Espanha, I de Portugal, quer no plano pessoal, quer no plano político-social. A estória visa, sobretudo, o percurso de Felipe II, o qual balança entre a responsabilidade de ser Rei de um dos maiores e mais importantes Reinos da época e os devaneios/necessidades enquanto homem.
A autora introduz o leitor na Corte Espanhola da época, desvendando as intrigas e jogos que aí acontecem. É nesse contexto, onde a moralidade muitas vezes se perde, que surge a famosa Casa das Sete Chaminés, que está, directa ou indirectamente, associada a quase todas as personagens da narrativa. Esta propriedade é espaço de uma das mais famosas lendas madrilistas, envolvendo a Casa Real, e, a cada capítulo, os factos reais vão-se misturando com o imaginário que a autora cria, cativando o leitor.
Para além do lado mais romancista, e pessoal, das personagens, a autora explorou, e bem, o enquadramento histórico da época. O leitor é brindado com um pouco da História de Espanha, e, consequentemente, apercebe-se do porquê do crescimento e consolidação desta enquanto uma das mais importantes nações da Europa, mas revive, também, momentos da História de Portugal, nomeadamente a morte de D. Sebastião, os problemas na sucessão do cardeal D. Henrique, e, por conseguinte, a perda da independência do nosso país e o começo da Dinastia Filipina.
Numa escrita simples, a autora consegue transportar-nos para a época e tornar-nos espectadores presentes de acontecimentos marcantes. Contudo, a narrativa peca, a meu ver, por, em algumas ocasiões, misturar os pensamentos das personagens com descrições, exigindo maior concentração ao leitor e tornando a leitura menos fluida. Mesmo assim, a cada virar de página, o interesse não esmorece. Aos amantes do género, recomenda-se! – Cristina
Classificação: 3/5 – Gostei