Autor: Guillermo Cabrera Infante
Título Original: La Ninfa Inconstante (2008)
Editora: 11×17
Páginas: 248
ISBN: 9789722521918
Tradutor: Salvato Telles de Menezes
Sinopse: Estela não tem dezasseis anos nem sequer um metro e sessenta. Nem tão pouco consegue entender o discurso desse crítico de cinema que se apaixonou por ela e que tem uma mulher que já não fica acordada à espera dele. Mas esta não é outra dessas histórias de amor em que um intelectual maduro cai na armadilha da beleza de uma ingénua adolescente. Estela tem um plano que é tudo menos inocente. Em pano de fundo, os boleros de uma Havana ruidosa e sensual.
A Ninfa Inconstante mostra todas as facetas do estilo de Cabrera Infante: os jogos de palavras que tanto fascinavam esse infatigável explorador da linguagem, as suas referências cinematográficas e literárias, o gosto pelas expressões populares e o sentido de humor único que povoa as suas páginas.
Opinião: Se há livros que nos conquistam pela capa, este é um deles. Assim como nos conquista logo na primeira página pela densidade das suas palavras, a capa é de uma beleza tão simples como refrescante, que nunca cansa observá-la, sendo das mais bonitas que já vi.
Depois temos o livro propriamente dito, o romance apaixonado sobre uma obsessão amorosa, que consegue transportar a beleza da capa para as palavras que habitam dentro dele e nos fica como um livro belíssimo que não esqueceremos tão cedo.
Foi a primeira vez que li uma obra deste autor sul-americano, e a história é contada na primeira pessoa; aliás, o narrador é o próprio autor, relatando uma verdadeira paixão/obsessão de Guillerme Cabrera Infante por Estela, uma rapariga pela qual fica completamente fascinado quando a vê a passar na rua, não mais a conseguindo esquecer.
Depois de conseguir conquistar a atenção de Estela, o autor não descansa enquanto não possuir o amor dela, e após isso enquanto não a possuir fisicamente. Alias, é um livro com várias referências eróticas, mas sempre tratadas de forma subtil e poética, nunca caindo no baixo nível, onde muitos outros livros caem.
O livro tem várias referências, quer cinematográficas, quer literárias, quer musicais, de autores famosos, sendo aquilo que eu chamo de “um verdadeiro livro de citações”. Como gosto de dobrar os cantos das páginas quando algumas frases me agradam, a este não faltam páginas dobradas.
Por último, li uma edição de bolso que a Quetzal editou muito recentemente. Apesar de ser apreciável esta obra estar acessível nesse formato, ao qual recorro frequentemente por questões de espaço/preço, é lamentável que não haja um certo cuidado na revisão. Ao longo do livro, encontramos várias gralhas, principalmente palavras que não foram separadas, o que aborrece o leitor que está absorvido pela estória maravilhosa que Infante nos vai contando.
Sobre o autor, certamente, irei regressar o mais brevemente possível. – Ricardo
Classificação: 5/5 – Adorei