Autor: Jane Austen e Seth Grahame-Smith
Título Original: Pride and Prejudice and Zombies (2009)
Editora: Gailivro
Páginas: 360
ISBN: 9789895577040
Tradutor: Pedro Garcia Rosado
Origem: Recebido para crítica
Opinião: Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, é, sem margem para dúvidas, um dos clássicos mais amados e aclamados de sempre. Publicado em 1813, tem resistido ao teste do tempo e fascinado gerações de leitores sem nunca perder o seu encanto. Li-o há algum tempo atrás e gostei muito.
Orgulho e Preconceito e Zombies prometia ser um remake da história original, mantendo a base já conhecida mas tornando-a mais moderna, juntamente com o acrescento de elementos de terror. A ideia, à partida, pareceu-me engraçada. Até os fãs mais puristas da escritora inglesa o podem admitir: se fosse bem executado, poderia tornar-se numa alternativa original e divertida. Mas a verdade é que não é – ou, pelo menos, eu não achei que fosse.
Ao invés de reescrever o livro, Seth Grahame-Smith limitou-se a fazer um trabalho de “corta e cola”, retirando algumas partes do texto original para inserir vários parágrafos que introduzem na história o flagelo dos zombies e dos seus ataques. Lizzy Bennet e as suas irmãs são ferozes lutadoras, treinadas para combater os “inomináveis” que assolam o território inglês. Aqui e ali são introduzidos ataques de zombies, mas de resto a história é tal e qual como já a conhecemos, palavra por palavra. É perfeitamente notório quem escreveu o quê, o que torna o texto, no seu cômputo geral, muito estranho e incongruente. Para que tal não acontecesse, exigia-se um escritor de um nível que conseguisse acompanhar o da Jane Austen, mas Seth Grahame-Smith tem uma prosa demasiado simplista.
As cenas em que os zombies aparecem são pouco entusiasmantes e tudo parece ser resolvido sem grande problema… Não há um pequeno desvio à história original, nenhuma inovação, nada. Pouco tenho a dizer em benefício deste livro, para além de achar a ideia inicial original. As únicas partes de que gostei foram as que pertencem ao texto original… mas, para isso, mais valia relê-lo.
De um modo geral, não é um livro que recomende. Tenho pena que assim seja, mas infelizmente não dei o meu tempo por bem empregue.
Classificação: 3/10 – Mau
Livro n.º 71 de 2010