[Opinião] As Gémeas, de Tessa de Loo

Autor: Tessa de Loo
Título Original: De Tweeling (1993)
Editora: 11×17
Páginas: 528
ISBN: 9789722519090
Tradutor: Ana Leonor Duarte
Origem: Comprado

Sinopse: Nascidas em Colónia em 1916, as gémeas são bruscamente separadas depois da morte dos pais. Anna cresce com o avô, numa quinta modesta e no seio do catolicismo, na Alemanha. Lotte é enviada para a Holanda por ter tuberculose, onde passa a viver com uns tios abastados e com simpatias socialistas. A má relação entre estes familiares, bem como a guerra, faz com que as meninas percam o contacto uma com a outra. Os seus caminhos tornam a cruzar-se quando já são velhas, numas termas. Lotte, que abrigou judeus durante a guerra e se casou com um deles, desconfia da irmã a princípio. Mas, através da dura história de Anna, é confrontada com o outro lado da sua realidade: o sofrimento dos alemães comuns durante a guerra. Tessa de Loo entrelaça as histórias das duas irmãs com as dos dois países, inimigos na guerra, e retrata a influência exercida pela natureza, por um lado, e pela cultura, por outro, sobre o indivíduo.

Opinião: Há livros que, por uma ou outra razão, captam a nossa atenção sem que tenhamos grandes argumentos para o justificar. As Gémeas, de Tessa de Loo, foi um desses livros, pelo que as minhas expectativas eram bastante altas. Agora, nesta época de férias e mais descontraída, peguei nele e não podia estar mais decepcionada.

Por força de sucessivos revezes familiares, as irmãs Anna e Lotte, órfãs de pai e mãe, são separadas ainda jovens e, durante uma vida inteira, ficam sem saber nada uma da outra. Até que, numa bela tarde, Anna reconhece a irmã na sauna de uma casa de saúde e a agarra para a (re)conhecer e contar as suas experiências de vida. É a partir deste acontecimento que vamos conhecendo as irmãs, bem como o enquadramento histórico das suas infâncias e adolescência. Aliás, na obra, o contexto histórico é bastante importante, já que grande parte da acção gira, igualmente, em torno da forma como as duas irmãs, uma vivendo na Alemanha e outra na Holanda, encaram e viveram a subida de Hitler ao poder e o Holocausto.

Apesar de todos estes ingredientes, a obra acaba por ficar muito aquém do esperado. A autora pecou por desenvolver pouco as personagens e, sobretudo, por limitar a acção às duas irmãs e respectivo ambiente familiar. Daí que a narrativa pareça um simples ping-pong de experiências, onde falta emoção e realismo que levem o leitor a apegar-se a Anna e/ou Lotte. Por outro lado, durante a leitura, há uma constante mudança entre os pensamentos das personagens e as suas histórias, exigindo do leitor concentração a todo o momento. A juntar a tudo isto, saliento os constantes erros ortográficos, que, como apreciadora da nossa língua e de boa escrita, me fizeram bastante confusão.

As Gémeas foram, até ao momento, para mim, a maior desilusão literária de 2010. Confesso que, tendo como pano de fundo os anos 30 na Europa, a autora tinha obrigação de fazer melhor, já que dispunha de vários aspectos que marcaram a História, enquanto, simultaneamente, explorava as vidas difíceis/duras de duas crianças que, de repente, ficam sós no Mundo. – Cristina

Classificação: 1/5 – Não Gostei

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.