Autor: Robert Harris
Título Original: Pompeii (2003)
Editora: 11 x17
Páginas: 416
ISBN: 9789722520256
Tradutor: Inês Castro
Origem: Comprado
Opinião: Quando tinha cerca de 7/8 anos, os livros já eram a melhor prenda que me podiam oferecer. Nessa altura, os meus pais deram-me O Mundo Maravilhoso dos Vulcões, que explicava, em tom infanto-juvenil, a origem deste fenómeno natural e várias curiosidades à sua volta. Falava também de alguma erupções famosas, incluindo, obviamente, a que atingiu a localidade italiana de Pompeia. Desde então, os vulcões têm sido um tema que me fascina e a curiosidade por saber mais sobre o que aconteceu em Pompeia permaneceu, pelo que este livro (mais uma boa recomendação da White_Lady) apresentou-se como a oportunidade ideal para aprofundar conhecimentos.
O livro está dividido em 4 partes, correspondendo cada uma delas a um dia: 2 dias antes da erupção, o dia da erupção, e o dia seguinte. A personagem principal é Marcus Attilius, um engenheiro responsável pela enorme aqueduto Aqua Augusta, que abastecia as cidades da baía de Nápoles, como Misenum, Pompeia ou Nola. Perante alguns problemas de abastecimento de água, Marcus é destacado para detectar a fissura que os estão a provocar, o que o leva a deparar-se com alguns sinais que o fazem suspeitar que o problema poderá ser bem mais grave do que parece à primeira vista. De facto, foram as movimentações que antecedem a erupção a origem de tudo.
Uma vez que já conhecemos mais ou menos o final desta história, todo o interesse do livro está em ver a forma como se lidou com este desastre, apesar do período temporal em que este decorre ser algo limitado. De facto, a narração permite-nos ter um vislumbre suficientemente detalhado dos modos de vida romanos, dos jogos políticos que decorriam e, acima de tudo, do desconhecimento que havia face a este tipo de fenómenos naturais. Na altura, pensava-se que o Monte Vesúvio era apenas isso, um monte… e é incrível a descrição da devastação que esta erupção provocou, em tão pouco tempo. No que diz respeito à recriação dos efeitos da erupção e da sensação de impotência que provocou, julgo que o autor é muito bem sucedido, revelando um extenso trabalho de pesquisa. Uma das personagens do livro é Plínio, o Velho, uma das vítimas do vulcão, e autor de uma das enciclopédias mais famosas da Antiguidade – gostei de saber mais sobre ele. Quanto à parte ficcional do enredo, fica a sensação que poderia ter sido um pouco mais desenvolvida, mas não é de modo algum insatisfatória.
Um livro muito interessante para quem gosta de história e quiser saber mais um pouco sobre esta catástrofe em particular. Fica a curiosidade por visitar as ruínas de Pompeia.
Classificação: 8/10 – Muito Bom