[Opinião] O Punhal do Soberano, de Robin Hobb

Autor: Robin Hobb
Título Original: Royal Assassin (1.ª metade)
Série: Saga do Assassino #2, Farseer Trilogy #2.1 | Realms of the Elderlings #2.1
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 384
ISBN: 9789896371302
Tradutor: Jorge Candeias
Origem: Comprado

Sinopse: Fitz mal escapou com vida à sua primeira missão como assassino ao serviço do rei. Regressa a Torre do Cervo, enquanto recupera do veneno que o deixou às portas da morte, mas a convalescença é lenta e o rapaz afunda-se na amargura e dor. O seu único refúgio será a Manha, a antiga magia de comunhão com os animais, que deve manter em segredo a todo o custo. Enquanto recupera, o reino dos Seis Ducados atravessa tempos difíceis com os ataques sanguinários dos Navios Vermelhos. A guerra é inevitável e preparam-se frotas de combate para enfrentar o inimigo, mas o rei Sagaz não viverá por muito mais tempo. Sem os talentos de Fitz, o reino poderá não sobreviver. Estará o assassino real à altura das profecias do Bobo que indicam que o rapaz irá mudar o mundo?

Opinião: O Punhal do Soberano é o segundo volume da Saga do Assassino e, embora sendo uma continuação, consegue ter um cariz próprio e manter o interesse sempre vivo. O leitor acompanha novas personagens e, sobretudo, conhece melhor os palcos da acção, o núcleo central de personagens e o que as move.

Nova fase na vida de Fitz que já não é apenas um filho bastardo; mas, sim, uma importante peça no puzzle real que, pouco a pouco, se vai delineando. A debilidade do rei Sagaz e as intrigas do seu tio Majestoso fazem com que o papel de Fitz se torne mais relevante e represente, ele próprio, um equilíbrio para o bem-estar e harmonia na corte. Porém, os problemas sucedem-se também fora de Torre do Cervo, a cidade real, já que os Seis Ducados continuam a ser atacados pelos Navios Vermelhos que põem tudo e todos em risco, em prol de uma causa sem valores nem regras.

Neste volume, a Manha e o Talento, qualidades sensoriais de que Fitz é dotado, voltam a ser bem exploradas (e retratadas) pela autora, sendo que transmitem um forte elo entre algumas das personagens. Do mesmo modo, através dos olhos (e da cabeça) do personagem principal presenciamos, quase in loco, fantásticas aventuras que nos entusiasmam, emocionam e nos levam a pensar sobre alguns valores importantes, como, por exemplo, a amizade, a sinceridade e a vingança.

Em O Punhal do Soberano, deixamos para trás a criança e conhecemos o jovem Fitz, com tudo o que isso representa: a puberdade, as descobertas do amor, a impetuosidade e a inconsciência. Perante isto, a autora Robin Hobb guarda-nos maravilhosas descobertas, a que se juntam descrições bem realistas de alguns momentos marcantes da vida da personagem principal. Do mesmo modo, a acção cria ligações mais fortes entre Fitz e algumas das outras personagens seniores, cujos diálogos são bastante ricos, aplicáveis, muitas vezes, à nossa vida real.

Dois livros depois, o interesse não esmorece e a Saga do Assassino caminha, a passos largos, para se tornar uma das minhas séries preferidas. Recomendo! – Cristina

 

 

Classificação: 8/10 – Muito Bom

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.