Autor: Madeline Hunter
Título Original: By Arrangement (2000)
Série: Medieval Series #1 (ordem cronológica)
Editora: ASA
Páginas: 352
ISBN: 9789892307169
Tradutor: Ana Nereu
Origem: Comprado
Infelizmente, o seu futuro marido não é o homem dos seus sonhos mas sim um perfeito desconhecido, com quem o próprio rei Eduardo negociou o enlace. Sobre este homem, Christiana apenas sabe tratar-se de um mero mercador plebeu. Não estava, pois, preparada para o primeiro encontro: David de Abyndon revela ter um carisma extraordinário e nutre uma indiferença desconcertante em relação ao estatuto social dela. Para sua grande surpresa, é a aristocrata quem se sente perturbada na presença daquele homem de enigmáticos olhos azuis.
Opinião: Embalada pela leitura anterior e porque já há algum tempo tinha vontade de experimentar esta autora, decidi pegar neste Casamento de Conveniência que, como a autora explica no seu site, não faz propriamente parte de uma série, mas tem alguns livros relacionados no que respeita à época, tema e local onde decorrem, pelo que podem ser lidos separadamente. Antes deste livro, a ASA tinha já publicado As Regras de Sedução e Jogos de Sedução, que fazem parte da série Rothwell.
O enredo deste livro decorre no século XIV inglês e começa quando jovem Christiana, orfã e dependente do Rei, descobre que este decidiu que teria de se casar com o mercador David de Abyndon. Após tentar dissuadir o seu futuro marido de casar com ela, alegando estar apaixonada por outra pessoa e de este ter insistido no enlance, Christiana começa a resignar-se à ideia e acaba por descobrir que afinal David não lhe é indiferente e que o verdadeiro amor não é aquilo que ela imaginava. À medida que acompanhamos a evolução da história dos dois, temos oportunidade de vislumbrar o contexto histórico, a um nível mais detalhado do que seria de esperar de um livro do género, estando presentes várias intrigas e jogos políticos que, na minha opinião, ajudam a tornar o livro mais interessante.
A pretensão da autora em escrever um romance, apesar de contextualizado num ambiente histórico, implica que o principal foco da história são as duas personagens principais e a relação que se desenvolve entre elas, e pressupõe, por isso, que o sucesso do enredo perante o leitor dependa da medida em que este consiga identificar-se com os sentimentos, dilemas e motivações destas personagens. E a verdade é que, a meu ver, isso raramente acontece. Christiana é uma menina mimada, repleta de inconstância sentimental, que chega mesmo a ser irritante. David, que começa por parecer uma personagem extremamente interessante e misteriosa, acaba por não se revelar assim tão misterioso e toma algumas atitudes que não convencem. A interacção entre os dois é extremamente explícita (algo que é de esperar neste tipo de livros), mas o principal problema é mesmo que a presença destas cenas acaba por parecer supérflua e pouco natural no desenrolar do enredo. Não convencem, estão meramente lá.
Apesar de conter detalhes históricos interessantes e de entreter, a espaços, esta leitura acabou por se revelar uma desilusão. Fica ainda a nota final para a quantidade de gralhas que este livro contém, pelo que não seria de desdenhar uma nova revisão em edições futuras.
Classificação: 4/10 – Mau, mas com alguns méritos