Autor: Robin Hobb
Título Original: Assassin’s Apprentice (1995)
Série: Saga do Assassino #1 | Realms of the Elderlings #1
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 400
ISBN: 9789896370640
Tradutor: Orlando Moreira
Origem: Comprado
Opinião: Depois de ter lido várias críticas favoráveis, de ter ficado apaixonada pelo género fantástico, graças a George Martin, pareceu-me natural começar A Saga do Assassino, de Robin Hobb. Confesso que as minhas altas expectativas foram um entrave a começar a leitura com o pé direito, mas, pouco a pouco, fui entrando no ritmo da obra e, sobretudo, deixei-me fascinar pela imaginação, enredo e escrita da autora. Agora, seguem-se mais quatro volumes, sendo que o bom disto tudo é saber que, contrariamente a Martin, já só falta publicarem o último… e este está já na calha para o próximo mês. A Saída de Emergência continua de parabéns pela aposta no género.
Abandonado pela mãe e proscrito pelo pai, Fitz chega a Torre do Cervo para começar uma nova vida. Marcado como bastardo, cedo se torna incomodativo para muitos e assume, de início, funções bem abaixo da sua categoria. É neste contexto que vamos conhecendo a personagem principal e o seu grupo de amigos/inimigos, bem como o local central da acção – Torre do Cervo, a cidade real dos Seis Ducados. Ao longo dos vários capítulos, acompanhamos o crescimento físico e psicológico do pequeno Fitz, a quem, pouco e pouco, são atribuídas novas e importantes funções nas disputas reais. Simultaneamente, o leitor vai tomando contacto com os dotes de Fitz, tanto no domínio da arte do Talento como da Manha, os quais marcam a estória e, por conseguinte, muitas das personagens.
A acção explora o desenvolvimento de capacidades sensoriais, como o Talento e a Manha, que unem e afastam as personagens, ora lhes dando força, ora enfraquecendo-as. Fitz, inicialmente o pequeno e invisível bastardo, tem a capacidade de explorar ambas, pelo que, pouco a pouco, a sua importância na intriga real e na luta pelo poder aumenta, tornando-se ele próprio uma arma. É neste cenário que surge Breu, um enigmático professor na arte de matar e de compreender para além do que se ouve e vê.
Inicialmente, estranhei o começo da obra, pelo nome dado às personagens – cada uma delas assume, por norma, a característica que mais a marca -, mas, pouco a pouco, fui entrosando essa particularidade. Essa nomeação tem, a meu ver, a capacidade de apelar ainda mais à imaginação do leitor, permitindo-lhe ser espectador ao vivo da acção. Para além disto, a obra é igualmente marcada por fantásticos diálogos entre as personagens, sobretudo entre Fitz e Breu, e que nos levam a pensar. Para mim, eles são os protagonistas dos episódios mais cativantes e surpreendentes.
Nesta saga nada foi esquecido: existe intriga, amor, paixão, ódio, morte, suspense, brincadeira e História (ainda que imaginária, já que aborda a origem dos Seis Ducados). Inevitavelmente, o leitor estabelece laços com as personagens. Página a página, a autora vai revelando surpresas e o que hoje pode ser, amanhã não é. Esta imprevisibilidade torna a história fascinante e viciante, impelindo o leitor para a leitura dos restantes volumes. Está bem claro que Aprendiz de Assassino foi só um aperitivo… Vem aí tempos difíceis para os personagens da saga, onde quer que eles estejam… – Cristina
Classificação: 8/10 – Muito Bom