[Opinião] Sombras e Fortalezas, de Elizabeth Chadwick

Autor: Elizabeth Chadwick
Título Original: Shadows and Strongholds (2004)
Série: FitzWarin #1
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 464
ISBN: 9789898032591
Tradutor: Jacqueline Batista
Origem: Recebido para crítica

Sinopse: Inglaterra, 1148. Brunin é um rapaz de dez anos marginalizado pela própria família. Uma criança reservada, é atormentado pelos irmãos e desprezado pela avó autoritária. Numa tentativa de torná-lo um herdeiro de quem se orgulhe, o pai envia-o para a casa de Joscelin, Senhor de Ludlow, onde Brunin irá aprender as artes da cavalaria. Mas, antes que o consiga, terá que ultrapassar a insegurança e as dúvidas que sente sobre si próprio. Hawise, a filha mais nova de Joscelin, cedo forma uma forte amizade com Brunin. As alianças de família forçam o seu pai, com o jovem como seu pajem, a auxiliar o Príncipe Henrique na sua batalha pela coroa inglesa. Entretanto, o próprio Senhor de Ludlow é ameaçado pelo seu rival, Gilbert de Lacy. Enquanto prossegue a luta pela coroa e o rival se prepara para atacar, Brunin e Hawise cedem à paixão. É então que as propriedades da sua família são atacadas e Brunin tem de mostrar o que aprendeu. Mas estará a jovem Hawise do seu lado, num mundo onde os poderosos raramente respeitam os ideais de cavalaria? Brunin terá que enfrentar o futuro com coragem… ou perder tudo.

Opinião: Já tinha ficado rendida à obra de Elizabeth Chadwick, mas Sombras e Fortalezas excedeu, por completo, as minhas expectativas. Fui envolvida por uma história emocionante, recheada de aventuras, e onde, a cada página, se escondia uma surpresa. O próximo passo é ler a nova obra da autora, O Nó do Amor, lançada já este ano pela Saída de Emergência.

A acção começa em 1148 e estende-se ao longo de quinze anos, numa Inglaterra criada pela autora e onde o trono do Rei é disputado por vários pretendentes. É no seio destas intrigas que nos são dadas a conhecer duas famílias nobres, os FitzWarin e os De Dinan. É sobre a história de ambas as famílias que se baseia grande parte da obra. A autora explica-nos, progressivamente, como é que cada família surgiu, como é que se tornaram amigos e apresenta-nos os vários elementos que as compõem. Nesse particular, destacam-se Brunin, herdeiro de FitzWarin, e Hawise, filha preferida dos De Dinan. Caberá a estes dois personagens desenvolver, paralelamente ao enquadramento bélico/conflituoso da época, a parte amorosa da estória.

A forma como a autora apresenta a estória, partindo de uma situação de debilidade de Brunin para o seu crescimento pessoal, físico e intelectual, faz com que simpatizemos de imediato com a personagem. Os modos simples da mesma, e sobretudo a forma igualitária como trata os outros, cativam-nos e, progressivamente, surpreendem-nos. Por outro lado, a exploração de personagens femininas fortes é igualmente interessante, dado que se trata de uma época onde as senhoras eram apenas vistas como acessórios. Assim, ao longo dos capítulos, alguns deles reservados à história de uma personagem em concreto, vamo-nos apaixonado pela trama e descobrindo um rol de emoções. O interesse na obra deve-se, igualmente, à forma realista e viva como a autora descreve alguns momentos bélicos, mas, sobretudo, os momentos de paixão entre os personagens.

Confesso que, inicialmente, estranhei a obra, mas, pouco a pouco, fui-me entrosando com a Inglaterra ficcional que a autora criou. Não só há uma boa exploração do enquadramento histórico, que serve de suporte à acção principal e a que se deve o crescimento/desenvolvimento da personagem de Brunin, como a parte do romance está apaixonante, num constante jogo de ódio-amor. Quando terminei a leitura, fechei o livro e saboreei-o… Fiquei com a sensação de que ainda tinha tanto para dar. Recomendo. – Cristina

Classificação: 8/10 – Muito Bom

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.