Autor: Mark Haddon
Título Original: The Curious Incident of the Dog in the Night-Time (2003)
Editora: Editorial Presença
Páginas: 236
ISBN:9789722330565
Tradutor: Sílvia Serrano Santos
Origem: Comprado
Opinião: Há já muito tempo que tinha este livro debaixo de olho, e o facto de poder adquiri-lo a 50% do seu preço de editor na Hora H da Feira do Livro de Lisboa foi a oportunidade ideal para o adicionar à minha biblioteca. Bastou abri-lo e começar a ler as primeiras páginas para perceber que apenas poderia parar ao voltar a última página.
O livro é contado na primeira pessoa por um jovem de 15 anos, Christopher Boone, e o aparecimento de um cão morto no jardim de uma casa perto da sua é o pretexto para Christopher, que cedo percebemos ser diferente dos outros jovens, começar a escrever um livro com o objectivo de anotar as suas investigações na procura pelo culpado do delito. As investigações de Christopher para descobrir o culpado pela morte do cão levam-no a ficar a par de outras circunstâncias que até então desconhecia e irão, de certo modo, fazer com que a sua visão do mundo se altere.
Pelo facto de o protagonista sofrer do síndrome de Asperger, este relato torna-se muito especial: Christopher tem uma paixão pelos números primos, por isso os capítulos estão numerados de acordo com a sequência dos mesmos; tudo na sua cabeça tem de ter uma ordem, um padrão, sob pena de Christopher perder a calma; não gosta de coisas amarelas e castanhas, mas adora coisas vermelhas; não gosta que lhe toquem e quando se enerva só consegue acalmar-se fazendo contas de cabeça – enfim, uma série de pequenos e curiosos detalhes que vão transformando esta história em algo peculiar, mas ao mesmo tempo a ajudam a tornar-se genuína.
O facto de conseguirmos perfeitamente acreditar que a história está a ser contada por um rapaz de quinze anos com uma condição especial é, para mim, o ponto alto deste livro. Para isso, provavelmente terá contribuído o facto de Mark Haddon ter sido professor de crianças com deficiências. Torna-se refrescante, pela forma como nos consegue fazer olhar para as coisas de uma perspectiva diferente da habitual. Em alguns aspectos, principalmente pela juventude e peculiaridade do seu protagonista, fez-me lembrar As Obras-Primas de T.S. Spivet, de que também gostei imenso. Se puderem, não deixem escapar esta leitura.
Classificação: 8/10 – Muito Bom