[Opinião] Alta Fidelidade, de Nick Hornby

Autor: Nick Hornby
Título Original: High Fidelity (1996)
Editora: Editorial Teorema
Páginas: 285
ISBN: 9726952859
Tradutor: Maria Augusta Júdice
Origem: Comprado

Sinopse: Será possível partilhar a vida com alguém que tem uma colecção de discos absolutamente incompatível com a nossa? Valerá a pena conhecer algumas pessoas, apesar do seu evidente mau gosto? As canções sobre a tristeza, a solidão e os corações destroçados serão prejudiciais, quando consumidas em excesso? Para Bob Flemming, 35 anos de idade, viciado em música pop e proprietário de uma loja de discos quase falida, este é o tipo de questões que precisam de resposta, e depressa. A sua namorada deixou-o; se ela voltar, será ele capaz de a amar tanto como agora? Poderá ele continuar a viver no seu pequeno apartamento, rodeado de discos de vinyl e CD’s, ou deverá arranjar uma verdadeira casa, uma verdadeira família e um verdadeiro emprego? Mais difícil ainda: será ele algum dia capaz de deixar de pensar a vida em termos do Top de discos, das bandas, dos livros, dos filmes e das músicas? Este memorável primeiro romance, cheio de paixão e de remorso, triste e muito, muito divertido, trata finalmente das coisas que realmente importam.

Opinião: Alta Fidelidade poderia ser um retrato da minha vida, ou pelo menos, duma parte dela, tal é a forma como se identifica comigo. Se existem personagens de livros com as quais me identifico bastante, Bob Fleming, o solitário e melancólico apaixonado por música pop, dono de uma loja de discos falida, a verdadeira personagem central deste livro, é uma delas, ao ponto de eu afirmar que quem me quiser conhecer bem, terá que o ler.

Apesar de ser uma releitura, sendo esta a terceira ou quarta vez que o leio, redescubro sempre o prazer de o ler, e relembro a razão por ter gostado tanto da história, desde que a li pela primeira vez.

A história versa sobre a vida de Bob Fleming, conformado com o abandono da sua namorada, que o trocou por um vizinho, que tem a “particularidade” de ter mau gosto musical, o que para si é uma dupla derrota.

O livro, sempre contado na primeira pessoa, e de uma forma muito bem-humorada e descomplexada, é quase como uma reflexão sobre a sua vida, e sobre a maneira como se lida com o fracasso, e com a perda de pessoas de quem gostamos, além de ser um grande guia de como vive um grande melómano. A música é apenas, e só, uma justificação para tudo aquilo que se passa na sua vida.

Pelo meio, vamos assistindo às tentativas de reconquista da sua namorada, mas, ao mesmo tempo, a algumas “aventuras” quase todas elas com a companhia dos seus curiosos e engraçados empregados da loja, para ultrapassar esse grande desgosto que o marcou para sempre.

Encontrei algumas semelhanças entre a sua e a minha vida; o maior ponto em comum foi mesmo na verdadeira paixão que temos pela música, desde a maneira como se gravava uma k7 (o livro ainda é do tempo em que se ouvia música por k7´s), até ao hábito de tentar criar uma banda sonora para todos os factos que acontecem na sua vida, assim como a mania de organizar a sua colecção de discos quando quer fazer uma reflexão sobre o que se passa à sua volta. Por último, e inspirado pelos “TOP 5” que Bob fazia a tudo e mais alguma coisa, aqui fica um top 5 das canções que sabem bem ouvir, lendo este post:

Terrible Love – The National
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Lights – Interpol
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Boy Lilikoy – Jonsi
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Tempo para cantar – B Fachada
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São sete voltas p’rá muralha cair – Tiago Guilluil
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Ricardo

Classificação: 8/10 – Muito Bom

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.