Autor: J.M. Coetzee
Título Original: Elizabeth Costello (2003)
Editora: Dom Quixote
Páginas: 227
ISBN: 97220272200
Tradutor: Maria João Delgado
Origem: Comprado
Opinião: Depois de ter ficado encantado com O Homem Lento, onde Elisabeth Costello acaba por ter um desenvolvimento importante na estória, não resisti muito tempo e comprei o livro onde essa mesma personagem, vista por muita critica como o verdadeiro “alter-ego” do escritor sul-africano, é o centro de toda a trama.
Elisabeth Costello é uma escritora consagrada, com uma vida bastante preenchida e a caminhar para a velhice, cujas opiniões são discutidas em palestras difundidas em todos os meios de comunicação social.
Essas palestras que são a base do livro de Coeztee, que está dividido em 8 capítulos (cada um dedicado a um diferente tema) e um PS, expondo o seu ponto de vista nalguns temas da vida, tais como o problema do Mal, a literatura africana, o realismo, e também o ponto de vista, quase radicalizado, da defesa do autor do meio ambiente, dos animais e do modo de vida vegetariano.
Como introdução a essas longas palestras, vamos assistindo também a um desenrolar de histórias de vida da personagem principal. Além do papel de escritora, conhecemos o seu papel como mãe, irmã e amiga de quem a rodeia.
Apesar de não ser tão atraente e tão viciante como o outro livro, e onde há momentos, felizmente poucos, onde podemos ficar um pouco aborrecidos com algumas passagens mais filosóficas das palestras, reconhecemos a bela escrita do seu autor e, sobretudo, a capacidade de dizer o que pretende sem dar grandes voltas e sem descrições que nos levam a perder interesse por aquilo que estamos a ler.
Com a leitura dos seus dois livros, Coetzee conseguiu conquistar a minha admiração pela sua obra, tudo isto sem ler, segundo o que diz a critica especializada, as suas “obras-primas” , o que, certamente, não demorará muito tempo. – Ricardo
Classificação: 8/10 – Muito Bom