Autor: Roberto Bolaño
Título Original: Nocturno de Chile (2000)
Editora: Gótica
Páginas: 150
ISBN: 9727920470
Tradutor: Rui Lagartinho e Sofia Castro Rodrigues
Origem: Comprado
Opinião: Impulsionado por uma tremenda operação de marketing, Roberto Bolaño está na moda em Portugal, as edições dos seus livros têm estado em destaque nas livrarias, mas principalmente na blogosfera, parecendo que toda a gente apenas só conhece Bolaño. Mas depois de ler “Nocturno Chileno”, e de já ter lido “Estrela Distante”, talvez compreenda o porquê de todo o entusiasmo pela obra do chileno. A sua obra, pelo menos os livros que li, merece toda a atenção por parte dos leitores, pelo menos, igual à de muitos outros autores que estão nos top’s de leitura.
Nocturno Chileno é uma espécie de conto longo, onde Bolaño nos convida a entrar nos seus labirintos. Apesar de ser apenas um capítulo, são várias as estórias que lemos nas suas breves páginas.
Penso que seja nesse ponto que se encontra o brilho das suas obras, o chileno tem uma particularidade que me parece fascinante: ele desenrola a estória principal em outras “sub-estórias”. Passamos de uma para outra sem nos apercebemos, o que dá uma sensação de que entrarmos num labirinto em que abrimos várias portas, sempre à procura de ficarmos surpreendidos. Isso cria também uma sensação viciante pela procura daquilo que vamos encontrar na página seguinte; sentimos, sem existir qualquer referência a isso, que algo de muito marcante irá acontecer.
A estória principal gira à volta de Sebastián Lacroix, um sacerdote, poeta e crítico literário que, quando confrontado pela sua morte evidente, faz uma pequena biografia, contada sempre na primeira pessoa, sobre alguns episódios mais marcantes e bizarros da sua preenchida vida.
Tem, como já referi, várias outras sub-personagens que vão entrando no livro, desde poetas, críticos literários, (neste livro existem várias referência sobre Literatura), padres, e até uma estória (para mim a melhor de todas e aquela que tenho pena de não ser mais desenvolvida) em que Lacroix dá a Pinochet lições de marxismo.
Um livro breve, mas de tal intensidade e tal beleza que não posso deixar de aconselhar a todos. Quanto ao autor, certamente, irei voltar às suas obras muito brevemente. – Ricardo
Classificação: 9/10 – Excelente