Autor: Karen Chance
Título Original: Touch the Dark (2006)
Série: Cassandra Palmer #1
Editora: Gailivro
Páginas: 304
ISBN: 9789895576944
Tradutor: Ana Beatriz Manso
Origem: Recebido para crítica
Opinião: O Despertar das Trevas é o primeiro livro de uma nova série que mistura fantasia urbana e romance paranormal, da autoria da americana Karen Chance, cuja edição portuguesa está disponível a partir de hoje. A série conta até ao momento com 4 volumes, estando o 5.º volume previsto para o Verão de 2011, segundo o site da autora.
Cassandra Palmer, a protagonista deste livro contado na primeira pessoa, é uma clarividente (ou seja, consegue “ver” o futuro – mas também coisas pertencentes ao passado). No início do livro, Cassandra percebe que o vampiro que a tirou dos pais devido para se aproveitar dos seus dons e do qual já fugiu anteriormente, descobriu o seu paradeiro e empreende nova fuga. Ao longo do percurso, juntamente com o fantasma Billy Joe, que sempre a acompanha, Cassandra inicia uma “viagem” repleta de surpresas e acção, repleta de seres sobrenaturais da mais variada espécie.
Ao começar este livro, a sensação que tive foi que estava a entrar para um comboio já em andamento, e em grande velocidade. E essa velocidade não diminuiu com o avançar das páginas, pelo contrário. Aliás, se me perguntarem qual foi para mim o ponto menos positivo deste livro, diria que é o facto de haverem poucos momentos em que podemos “respirar”. As cenas de acção sucedem-se de forma praticamente imparável e ocupam espaços que poderiam, na minha opinião, ter sido melhor preenchidos com o desenvolvimento das personagens, da sua história e do que os fez chegar ao sítio onde estão. Apesar de ter achado a protagonista, Cassandra Clare, e várias das personagens secundárias interessantes, senti falta de um maior background que me permitisse compreendê-las melhor. Poder-se-ia argumentar que por vezes é melhor ir-se descobrindo as coisas aos poucos, mas tendo em conta que a autora fornece uma grande quantidade de informação sobre a sociedade e as regras do mundo que criou, julgo que o tipo de informação poderia ter sido melhor equilibrado.
Mas também houve vários aspectos positivos: a autora tem uma voz muito própria e que, a espaços, recorda Charlaine Harris pelo humor sarcástico da sua personagem principal. O mundo criado é original, com uma miríade de seres sobrenaturais, alguns deles reinventados pela autora. O enredo, apesar de não me ter conquistado completamente, tem alguns momentos cativantes, com destaque para a introdução de algumas personagens históricas. No final de contas, gostei do livro apesar de considerar que teve algumas falhas que espero virem a ser corrigidas nos volumes seguintes.
Classificação: 6/10 – Interessante