[Opinião] A Vingança do Assassino, de Robin Hobb

Autor: Robin Hobb
Título Original: Assassin’s Quest (1997) – 1.ª metade
Série: Saga do Assassino #4, Farseer Trilogy #3.1 | Realms of the Elderlings #3.1
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 441
ISBN: 9789896371814
Tradutor: Jorge Candeias
Origem: Recebido para crítica

 Nota Prévia: Tanto a sinopse como a opinião que a segue contêm spoilers para quem não leu os volumes anteriores.

Sinopse: FitzCavalaria renasce dos mortos graças à magia desprezada da Manha, mas a sua fuga das garras da morte deixou-o mais selvagem do que humano. Os seus velhos amigos têm que ensiná-lo a ser um homem de novo, e depois deixá-lo escolher o seu próprio destino. Incapaz de esquecer a tortura a que foi submetido às mãos do príncipe usurpador, Fitz planeia vingança enquanto recupera a sua alma e sanidade. Até ao momento em que o seu verdadeiro rei o chama para o servir numa missão misteriosa com consequências inimagináveis. Numa terra arruinada pela ganância e crueldade onde Fitz se tornou uma lenda temida, ele fará tudo para restaurar a verdadeira regência nos Seis Ducados. Mas primeiro terá que escapar dos seus inimigos que lhe movem uma perseguição sem quartel…

Opinião: No final do volume anterior, A Corte dos Traidores, Fitz é salvo da morte certa por uma opção arriscada dos seus amigos, que o tornaram morto para o mundo, permitindo ao mesmo tempo que a sua ligação com o lobo Olhos-da-Noite fique mais forte. Bastante tempo decorre para que Fitz consiga abandonar os instintos selvagens, voltar a comportar-se como um humano e recuperar as suas memórias.

A primeira fase deste livro é dominada por essa luta e pelo “renascer” de Fitz com a ajuda de Castro e Breu, sempre com o seu lobo por perto. Posteriormente, o enredo baseia-se nas duas forças que motivam Fitz: vingar-se de Majestoso pelo mal que lhe causou e encontrar Veracidade, ajudando-o a recuperar o trono que, por direito, ainda lhe pertence. No entanto, ambas as demandas vão tornar-se mais difíceis do que pareciam à primeira vista, porque Majestoso fica ciente que, afinal, Fitz não está morto e os homens ao seu comando movem-lhe uma perseguição implacável. No entanto, Fitz não encontra apenas inimigos pelo caminho: apesar de toda o mal que o rodeia, depara-se com algumas pessoas prontas a ajudá-lo.

Mais uma vez, Robin Hobb presenteia-nos com um livro bem escrito e emotivo. Aliás, este volume da série é particularmente rico em emoções, com momentos enternecedores e de cortar o coração. Já disse isto outras vezes, mas gosto mesmo muito da “voz” desta autora, que raramente falha em transmitir-me os sentimentos das suas personagens e em fazer com que me preocupe com o que o destino lhes reserva.  Neste livro, devido à viagem solitária que Fitz empreende, senti alguma falta das outras personagens que nos têm acompanhado, uma vez que ou não aparecem ou aparecem fugazmente em algumas manifestações de Talento de Fitz.

O enredo teve um ou outro momento previsível, mas para compensar houve alguns desenvolvimentos  interessantes e inesperados. De um modo geral, mantém sempre o leitor interessado e são raros os momentos aborrecidos.

A apenas um volume do fim da série (A Demanda do Visionário tem lançamento previsto para Junho deste ano), a história está ao rubro e mais do que nunca desejo saber como termina. Aguardo ansiosamente! 

Classificação: 8/10 – Muito Bom

Livro n.º 10 de 2010

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.