[Opinião] Infecção, de Scott Sigler

Autor: Scott Sigler
Título Original: Infected (2008)
Série: Infected #1
Editora: Gailivro
Páginas: 456
ISBN: 9789895576791
Tradutor: Leonor Bizarro Marques
Origem: Recebido para crítica

Sinopse: Por toda a América, uma misteriosa doença está a transformar pessoas normais em assassinos delirantes e paranóicos, que cometem atrocidades brutais em estranhos, em si próprios e até mesmo nos seus familiares.
A trabalhar sob sigilo governamental, o operacional da CIA, Dew Phillips, cruza o país de lés a lés, numa tentativa vã de apanhar uma vítima viva. Dispondo apenas de corpos em decomposição como pistas, a epidemiologista do CDC, Margaret Montoya, corre contra o tempo para analisar as evidências científicas, descobrindo que os assassinos têm algo em comum: foram contaminados por um parasita criado por bioengenharia, cuja complexidade vai muito além dos limites da Ciência.
Perry Dawsey – um corpulento e antigo ás de futebol americano – confinado a um cubículo e resignado à vida de assistente de informática, acorda uma manhã e descobre que tem várias tumefacções a crescerem-lhe no corpo. Em breve, ele dará consigo a agir e a pensar de forma estranha, a ouvir vozes… está infectado.

Opinião: Infecção começou por consistir numa série de podcasts lançados pelo autor americano Scott Sigler, em 2006. Depois do elevado número de vendas dos podcasts desta e de outras histórias, o autor conseguiu um contrato com a editora Random House, que permitiu que as suas histórias estivessem disponíveis fisicamente, em livros.

Estamos perante uma história que se encaixa nos géneros de terror e ficção científica, e se tenho vindo a explorar com curiosidade alguns livros dentro do segundo, definitivamente o primeiro não faz parte das minhas preferências (tanto a nível de livros como de filmes). Ou eu pensei que não. Em “Infecção”, alguns humanos são contaminados por uma espécie de “sementes” alienígenas, que fazem com que cresçam tumefacções triangulares azuis por debaixo da sua pele, acompanhado de sintomas de perda de sanidade mental. A história está dividida em dois pólos: por um lado, acompanhamos o agente Dew Phillips e a médica Margaret Montoya, que tentam encontrar vítimas que lhes permitam descobrir com que espécie de “inimigo” estão a lidar; por outro, seguimos Perry Dawsey, um antigo e famoso jogador de futebol americano, e toda a evolução da sua infecção.

É um livro com descrições gore, muito gráficas, cheias de sangue, auto-mutilação e outras coisas simplesmente nojentas (não consigo encontrar outra palavra que melhor o descreva), principalmente nos capítulos dedicados a Perry Dawsey. Mas, apesar disso, o livro não nos larga. Tem uma dinâmica impressionante, quase cinematográfica, com capítulos curtos, que nos fazem virar página atrás de página. Tirando as secções mais gráficas (que dispensava, mas que sei que são essenciais num livro do género), a evolução da influência da doença em Perry é feita de forma sublime: o leitor quase consegue entrar dentro da sua cabeça, sentir todas as suas dúvidas e a sua força para lutar. Achei que os capítulos dedicados ao agente e à médica não foram tão bem conseguidos, o que torna, por assim dizer, o livro algo desequilibrado, mas mesmo assim vale a pena ler.

O livro termina em aberto, abrindo caminho para a sequela (Contagious, publicado em 2008) que espero sinceramente que a Gailivro decida publicar. Fiquei curiosa para saber mais! 

Classificação: 8/10 – Muito Bom

Desejo a todos os leitores do blog umas óptimas entradas em 2010. Quanto a nós, contem com uma nova versão do blog a partir da próxima semana 😉

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.