Autor: Luis Sepúlveda
Título Original: La Sombra de lo que Fuimos (2009)
Editora: Porto Editora
Páginas: 160
ISBN: 9789720040763
Tradutor: Helena Pitta
Origem: Recebido para crítica
Opinião: Falar da escrita de Luis Sepúlveda é falar de uma escrita simples, poética, belíssima. Já li alguns livros deste autor, com destaque para As rosas de Atacama e O velho que lia romances de amor, que foram livros marcantes para o meu desenvolvimento como leitor, aos quais até já regressei para uma releitura, por isso todos os livros do chileno são motivos de curiosidade.
A sombra do que fomos é um romance disfarçado de policial, mas, como em quase todas as obras de Sepúlveda, a política também anda lá metida no meio, juntamente com uma visão bem humorística da situação. E também temos direito a várias reflexões sobre a vida.
O livro gira à volta de três histórias. Primeiro, uma discussão familiar, na qual a mulher atira do prédio abaixo um gira-discos, dando origem a um crime acidental que funciona como a base do livro.
Depois, velhos companheiros, que já não se viam há algum tempo, juntam-se para planear um grande golpe, mas uma das peças chave do golpe era mesmo a pessoa assassinada pelo “gira-discos” voador. São estas personagens que conseguem proporcionar os momentos mais divertidos.
Por último, dois detectives tentam decifrar como decorreu o assassinato, de forma pitoresca e com bastante humor, como se fosse um episódio do CSI mas com os detectives de uma série humorística.
É um bom livro, mas não tão marcante, nem com a densidade bela dos anteriormente publicados pelo chileno. Contudo, trata-se de um muito bom antídoto para as tardes aborrecidas de Outono/Inverno que já se estão a aproximar. – Ricardo
Classificação: 7/10 – Bom