Origem: Comprado
Opinião: No seguimento da minha descoberta de autores clássicos de policiais, e aproveitando a recente colecção que saiu com o DN, aproveitei para ler Um Estudo em Vermelho, o primeiro livro em que aparece o famoso detective Sherlock Holmes e também o primeiro livro escrito por Sir Arthur Conan Doyle.
O livro, narrado pelo Dr. John Watson, pide-se em 2 partes distintas: na primeira, conhecemos o excêntrico detective Sherlock Holmes e a forma peculiar com que vai encarar um caso de assassínio, analisando pistas que, aos olhos dos agentes da polícia, não passam de meras insignificâncias. Esta capacidade de dedução é uma das características mais marcantes de Holmes, permitindo-o ver muito mais além do que os responsáveis da investigação e, não raras vezes, deixando o leitor confuso e à espera que as conclusões a que ele chega sejam explicadas. Esta primeira parte termina com a captura do culpado, deixando-nos em suspenso quanto às motivações e à forma como Holmes conseguiu determinar a sua identidade.
Ao começar a segunda parte do livro, perguntei a mim própria se estaria a ler o mesmo livro, tal é a mudança de tom, de cenário e de personagens. De facto, começa-se aqui a contar a história do assassino, de modo a que consigamos perceber as suas motivações e o caminho que teve de percorrer até chegar onde chegou. Em determinada altura, percebemos claramente estes dois aspectos, pelo que poucas ou nenhumas surpresas acontecem até ao final.
Na minha opinião, este livro vale, essencialmente, pela personagem do detective Sherlock Holmes e pelas várias características da sua personalidade que nos vão sendo descritas. Achei que o livro é relativamente desequilibrado a nível de estrutura – existe uma passagem muito brusca entre as 2 partes, sendo que a segunda desinteressa um pouco o leitor e poderia ter sido mais condensada – e toda a história e motivações por detrás do assassinato decorrido na primeira parte não primam propriamente pela originalidade. Presumo que, sendo um primeiro livro, possa vir a melhorar nas histórias seguintes, pelo que aguardo a sua leitura com alguma expectativa.
Finalmente, quanto a esta edição: apesar de ter sido um livro “grátis” com o jornal, a qualidade do material poderia ser melhor e, acima de tudo, teria sido bom que se tivessem lembrado de colocar nos livros o nome do tradutor.