
Ano de Publicação: 2008
Editor: Chiado Editora
Páginas: 139
ISBN: 9789898222015
Origem: Recebido para crítica
Opinião: A última Feira do Livro de Lisboa foi o palco escolhido para o 1.º encontro do nosso fórum, que serviu de mote à comemoração do seu 1.º aniversário e de pretexto para podermos finalmente encontrar-nos e trocar ideias pessoalmente. Infelizmente, escolhemos o único dia da Feira em que choveu (que pontaria…), mas isso não impediu que tivéssemos passado um bom bocado juntos, no meio dos nossos queridos livros. Um dos membros do fórum que compareceu ao nosso encontro foi a Catarina Coelho, autora do livro de que vos vou falar hoje, e uma pessoa super simpática, que levou um exemplar para cada um de nós, originando uma sessão de autógrafos espontânea e improvisada (mas bastante mais atenciosa que muitas das oficiais que por lá decorreram).
Este livro, que tem um público-alvo juvenil mas que pode ser lido por todos, conta a história de uma comunidade de anões envolta em magia, que se vê subitamente sem o seu líder e mentor, Sulti, que é raptado por homens sedentos do poder que podem alcançar através da sua magia. Depois do rapto, um conjunto desses anões decide partir em busca de Sulti, enfrentando pelo caminho diversos perigos, criaturas mágicas e amigos nos sítios mais inesperados.
O livro está escrito num tom muito cuidado e carinhoso e, apesar de ser notória a inspiração em autores como Tolkien, por exemplo, a Catarina consegue criar o seu próprio mundo e descrevê-lo com a sua própria voz. É daqueles livros que apetece abrir e ler a uma criança todas as noites, antes de dormir. Apesar de ter gostado deste livro, confesso que fiquei muito curiosa por saber como a Catarina se irá sair num livro de fantasia mais adulto (fico à espera!).
Uma nota final: a participação na comunidade literária da blogoesfera (e mesmo fora dela) tem-me permitido tomar conhecimento de vários escritores portugueses que lutam pelo seu lugar ao sol, e muitos deles não chegam sequer a conseguir publicar um livro em seu nome. Tendo isso em atenção, não deixa de ser irónico ver artigos como este e perceber que há editoras que apostam em publicar autores não pela sua qualidade literária, mas pelo potencial sucesso de vendas que o seu mediatismo gera. Nada contra, até porque as editoras são empresas e precisam de sobreviver, mas fica a questão: não existirá espaço para todos? Aqui deixo a minha solidariedade e incentivo para quem sonha publicar um livro e tem talento para tal.
Classificação: 7/10 – Bom