[Opinião] A Arte de Matar Dragões, de Ignacio del Valle

Autor: Ignacio del Valle
Título Original: El arte de matar dragones (2004)
Editora: Porto Editora
Páginas: 325
ISBN: 9789720041708
Tradutor: Alcinda Marinho
Origem: Recebido para crítica

Sinopse: A Arte de Matar Dragões não é apenas um romance de mistério sobre traficantes de arte e ajustes de contas na Espanha do pós-guerra. É também a história de um amor impossível, e um relato iniciático onde o quadro de um anónimo pintor italiano parece ocultar um segredo que se sobrepõe à razão e à história, preservando o espírito da cavalaria medieval através dos séculos num país dominado pela crueldade e pelo ódio. Pouco depois do fim da guerra civil, os serviços secretos do Alto Estado-Maior franquista recebem a missão de localizar A Arte de Matar Dragões, um quadro desaparecido durante a transferência do espólio do Museu do Prado para o estrangeiro ordenada pelos republicanos. A ordem vem do próprio Serrano Suñer, cunhado do ditador, e caberá a Arturo – um agente de passado obscuro e duvidosas convicções políticas – investigar o desconcertante périplo da obra.

Opinião: Mais uma vez se prova a teoria de que ir para a leitura de um livro com demasiadas expectativas não é bom, mas desta vez no sentido contrário: é óptimo ir para um livro sem grandes expectativas e depois ser agradavelmente surpreendido. Desta vez, foi o que me aconteceu. A Cristina não tinha gostado por aí além do livro anterior deste escritor espanhol e por isso confesso que não esperava apreciar tanto esta leitura como apreciei.

A Arte de Matar Dragões é, essencialmente, um policial com alguns elementos de romance histórico e dilemas existenciais, a que se junta o fascínio por um quadro que é a constante e o mistério de toda a história. Arturo é um agente da ditadura espanhola, após o final da Guerra Civil de Espanha, e é destacado para descobrir o misterioso desaparecimento do quadro A Arte de Matar Dragões, decorrido aquando da sua transferência para o estrangeiro, a fim de ser protegido das consequências da guerra.

Todo o mistério à volta do quadro, entrelaçado com sua influência hipnotizante no desenrolar da história, é conseguido de uma forma excelente. O leitor consegue, de facto, sentir-se intrigado e curioso acerca da obra. Enquanto a personagem principal, Arturo, tenta descobrir o destino da obra, os acontecimentos desenrolam-se de tal forma que o mistério se adensa cada vez mais.

Gostei do retrato que o autor faz da Espanha da época e acho que, para além do interesse da história, a forma como ela está escrita é cativante e veracidade que emprega a todas as suas personagens a torna palpável. O final traz-nos um twist completamente inesperado e supreendente, que só contribuiu para ter gostado ainda mais do livro.

Uma leitura recomendada! 

Classificação: 8/10 – Muito Bom

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.