[Opinião] Frankenstein, de Mary Shelley

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Autor: Mary Shelley
Título Original: Frankenstein; or, The Modern Prometheus (1818)
Editora: Europa-América
ISBN: 978972103873
Tradutor: Fernanda Pinto Rodrigues
Origem: Comprado 
Sinopse: Frankenstein é um clássico da literatura de terror, de Mary Shelley (1797-1851), publicado em 1818. Conta a história de um médico, Frankenstein, que cria um ser vivo, repugnante e deformado, que mata compulsivamente.
A criatura de rosto remendado e olhar glauco comete uma série de tenebrosos crimes porque tem uma enorme necessidade de ser amado: «Eu sou mau porque sou infeliz», justifica-se. Assassinava para se vingar do seu criador, que se recusou a proporcionar-lhe uma companhia.
Vencida pela solidão, a criatura destrói o homem que lhe deu a vida e o nome, acabando por pagar tods os seus demoníacos delitos com um remorso avassalador, antes de procurar na morte a consolação que o mundo e os humanos sempre lhe recusaram.
Opinião: Quando dantes ouvia falar de Frankenstein, o meu pensamento iria logo para um monstro grande, cruel, assassino, horroroso e os meus sentimentos assemelhavam-se logo aos elementos comuns a um filme de terror. Mas o clássico escrito por Mary Shelley é muito mais do que isso. O primeiro erro comum a todas as pessoas é pensarem que Frankenstein é o nome do monstro, quando ele revela sim o nome do seu criador. E é a vida dele que acompanhamos neste pequeno livro que se tornou, e muito justamente, num grande clássico da literatura, sendo até criador de um género literário.

Victor Frankenstein é um cientista solitário que consegue realizar um sonho de toda a sua vida: dar vida a uma criatura. Criatura essa que ele depois rejeita, qual pai de um filho bastardo, mesmo quando ele mostra um bom coração e sentimentos nobres, a partir daí a sua criação irá tornar-se num monstro, perdendo toda a sua doçura, devido ao preconceito e ao desprezo de uma sociedade que não o compreende, transformando-se num monstro assassino e vingando-se da pessoa que lhe é mais cruel: o seu próprio criador.

Mary Shelley, cuja idade quando escreveu este livro era de apenas 19 anos e cujos livros fiquei com imensa vontade de ler, não necessita de evocar elementos de horror, nem de escrever aquelas frases feitas que tanto lemos dentro do género, a sua escrita fluída, simples, e directa leva-nos a entrar num mundo onde a solidão, a vontade de amar alguém e ser compreendido, leva a uma obsessão de se vingar de todos, incluindo inocentes E quantas vezes vemos que rejeitados pela sociedade, muitas das vezes apenas pelo seu aspecto como Frankenstein, se tornam maus exemplos?

Se dantes a imagem que Frankenstein me transmitia era de horror, hoje não posso deixar de sentir pena e compaixão de uma criatura assim, apesar de todo o mal que ele acaba por fazer. Um livro intemporal e um clássico de, e para, sempre. – Ricardo

Classificação: 10/10 – Obra-Prima

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.