A Paixão de Artemísia

Na obra A Paixão de Artemísia, de Susan Vreeland, os factos e o romance misturam-se, inspirando no leitor uma compaixão e orgulho pela heroína da história. Numa sociedade em que as convenções sociais ditavam as regras, Artemísia Gentileschi lutou (como pôde) pelas suas ambições profissionais.

Numa leitura fácil, escrita na primeira pessoa, somos surpreendidos por uma personagem principal vigorosa que, apesar do seu sofrimento físico e psicológico, ao longo de toda a sua vida, manteve sempre o discernimento para enfrentar tudo e todos. O livro, inevitavelmente, apela para um lado feminista, porque Artemísia, uma das poucas pintoras italianas conhecidas, soube ultrapassar os problemas que uma saia lhe colocava, para ir ao encontro de quem a podia ajudar. O seu carácter itinerante levou-a ao centro do Mundo, onde conviveu com personagens que fazem parte da nossa História, entre elas, por exemplo, Galileu Galilei.

A escrita da autora é agradável, mas, por vezes, demasiado explicativa no que aos detalhes da pintura diz respeito. Elucida-nos quanto a técnicas desta arte, mas também nos põe lado a lado com quadros, painéis ou frescos de que já ouvimos falar. Este mundo de cores contrapõe-se ao mundo cinzento e duro em que Artemísia vive.

Como pontos negativos, realço, por um lado, a presença de várias gralhas por todo o livro, cortando-nos o ritmo da leitura; e, por outro, as transições temporais na vida de Artemísia Gentileschi que surgem de repente, sem grandes explicações de como nem porquê. Apesar de tudo, sugiro que leiam e conheçam a vida de uma personagem que marcaria a História, por tudo o que conquistou. – Cristina

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Sobre Célia

Tenho 38 anos e adoro ler desde que me conheço. O blogue Estante de Livros foi criado em Julho de 2007, e nasceu da minha vontade de partilhar as opiniões sobre o que ia lendo. Gosto de ler muitos géneros diferentes. Alguns dos favoritos são fantasia, romances históricos, policiais/thrillers e não-ficção.