
Mas vamos por partes. Optei por ler este livro em inglês, não só porque era essa versão que tinham para me emprestar, mas porque de vez em quando sabe bem ler as palavras que os autores escreveram originalmente, em vez de traduções pobres, como infelizmente tenho tido oportunidade de ler ultimamente. É muito mais recompensador, e apesar de o significado de uma ou outra palavra escapar, consegue-se normalmente apanhar o contexto geral.
Tenho de confessar que achei a primeira metade do livro relativamente aborrecida. Acho que o livro demora a arrancar e talvez se deva ao facto de o fio condutor que regeu os livros anteriores se tenha partido e a história e as personagens tenham seguido um rumo diferente. Depois, e agora que penso no assunto, não aconteceu realmente muita coisa de relevo nessa primeira fase. Tirando o facto de ter detectado um clara inspiração da autora num aspecto em particular d’ “O Senhor dos Anéis”.
A partir do meio do livro, a história começa a ganhar interesse e é sempre em crescendo até ao final. Com excepção, talvez, do epílogo. Sinceramente, e sem entrar em grandes detalhes, achei um pouco lamechas e acho que a JK Rowling podia ter feito bem melhor. De um modo geral, ela esteve bem. Mas acho que com a matéria-prima que tinha nas mãos podia ter escrito um livro genial do início ao fim. Não lhe nego o mérito que tem em muitas partes da história, especialmente no capítulo que mais gostei de ler – um que é totalmente dedicado ao Snape – e da emoção que consegue criar no leitor: confesso que houve uma parte em que a lagriminha não deixou de aparecer. Um livro que faz isso e que nos agarra até às 2 da manhã não pode ser um mau livro… Se não para toda a gente, pelo menos para quem o está a ler – que é o que realmente interessa. Ainda assim, ficou aquele ligeira sensação que faltou qualquer coisa, que podia ter sido feito mais. – Célia M.