Na abertura da I Conferência do Plano Nacional de Leitura (PNL), que decorre hoje em Lisboa, Maria de Lurdes Rodrigues referiu que os hábitos de leitura dos portugueses ainda estão “aquém” do desejado, mas que os estudos recentes indicam que houve um “grande progresso nos últimos tempos”.
Para se manterem esses “progressos”, a ministra frisou a necessidade na continuidade da promoção dos hábitos de leitura, quer através do PNL e da rede de bibliotecas escolares. Sobre estas, referiu que é necessário concluir e consolidar a rede, adiantando que falta criar bibliotecas em 20 escolas secundárias e 130 nas escolas do ensino básico e do 2.º e 3.º ciclos.
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A comissária do PNL, Isabel Alçada, fez uma antecipação de como será Portugal no dia em que se completarem os objectivos do plano. Na sua opinião, os portugueses serão “ávidos e competentes” no consumo de leitura e Portugal terá uma “grande pujança” na área da literatura, com mais escritores e uma política editorial mais forte, entre outras características.
Ora bem, tanto o artigo como as opiniões da Ministra da Educação e da comissária do PNL são bastante positivistas em relação ao hábito de leitura dos portugueses. São referidos estudos recentes que comprovam isso, mas depois de ter procurado um pouco no site do PNL não encontrei nenhum estudo (apenas referências a vários deles). Aliás, procurando um pouco na internet, não se encontra grande coisa, à excepção de um estudo feito pela APEL, de 2005, em relação aos hábitos de leitura dos portugueses, e uma ou outra coisa no site do INE, em relação a bibliotecas.
Quero com isto dizer que até acredito que os hábitos de leitura dos portugueses estejam em substancial melhoria, mas acho que este tipo de notícias não acrescenta grande coisa porque os números normalmente dizem mais do que expressões como “grande progresso” e “aquém do desejado”.