Autor: Diana Garrido e Rita M. Pereira
Ano de Publicação: 2017
Editora: Arena
Páginas: 208
ISBN: 9789896652241
Origem: Recebido para crítica
Comprar aqui (link afiliado)
Opinião: A minha experiência de maternidade tem sido uma viagem e pêras, feita de muita aprendizagem não só sobre a tarefa em si mas principalmente sobre mim própria. Descobri doses de paciência que desconhecia e, acima de tudo, aprendi que as regras e as verdades absolutas não existem. Os comentários condescendentes de quem já passou pelo mesmo, que ouvi com alguma frequência, são inevitáveis, mas agora tenho a convicção que, em última análise, a pessoa indicada para opiniar ou decidir sobre o meu filho sou eu.
Não li muitos livros sobre a maternidade, não porque achasse que não tinha nada a aprender, mas porque tive dificuldade em encontrar livros que realmente refletissem a minha maneira de encarar esta árdua tarefa. Quando recebi este livro em casa, folheei-o e encontrei, por acaso, a seguinte passagem sobre birras (situação recorrente cá por casa nos dias que correm): “As boas notícias são que eles não vão fazer birras para sempre. As más são que não temos uma única solução para apresentar. É o salve-se quem puder. Boa sorte.” Dei uma gargalhada e tive a certeza que ia gostar muito desta leitura.
Amãezónia – ter filhos é uma vida selvagem é a passagem para livro de textos do blogue homónimo, aqui com alguns inéditos e novas ilustrações. O blogue é escrito a duas mãos, tal como o livro, e uma das autoras é também a ilustradora do livro e do blogue. Falam descomplexadamente sobre a maternidade e também sobre a gravidez, assumindo sem problemas coisas como “a gravidez é uma coisa horrível” ou “detestei amamentar“. Revi-me tanto nestes textos. Penso que continua a ser necessária a desmistificação de uma série de coisas na maternidade, e tentar que as pessoas percebam que não há procedimentos corretos ou formas certas de sentir é um excelente ponto de partida. Isso é algo que este livro faz de uma forma brilhante. O final do livro traz-nos histórias de encantar clássicas reinventadas para os tempos modernos (a Branca de Neve, por exemplo, em vez de chegar à casa dos Sete Anões e arrumá-la, decide pegar num livro da estante e deitar-se ao sol a ler) e achei esta secção muito engraçada e bem conseguida.
Ainda que possua algumas dicas sobre a maternidade, Amãezónia está longe de ser um livro de auto-ajuda. É antes a partilha – da parte das autoras e de algumas leitoras do blogue – de experiências e sentimentos, de forma bem-humorada, que poderão eventualmente ajudar mães ou futuras mães a viver de forma mais descontraída a viagem que estão a iniciar. A edição graficamente apelativa ajuda bastante e também gostei do prefácio de Afonso Cruz e da história que aí partilha. Recomendo!
Classificação: 4/5 – Gostei Bastante