Autor: Brandon Sanderson
Título Original: The Final Empire (2006)
Série: Mistborn #1
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 621
ISBN: 9789896376383
Tradutor: Jorge Candeias
Origem: Comprado
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Opinião: Considero-me uma leitora de fantasia. Digo isto porque foi este género que me trouxe para a literatura adulta e transformou o gosto que sempre tive pela leitura no amor duradouro que hoje me acompanha. Desde então, já li muitas coisas dentro de géneros muito diversos, mas nutro um carinho muito especial pela fantasia e vários dos meus escritores preferidos são conhecidos por escreverem dentro deste género. Dito isto, contam-se pelos dedos de uma mão os livros de fantasia que li nos dois últimos anos… não foi uma decisão consciente, foi antes algum desejo de explorar outros mundos e géneros. Brandon Sanderson é um nome que já ouço há vários anos e a curiosidade sempre foi grande, mas só agora me decidi a lê-lo porque o autor vem a Portugal já na próxima semana e quero ir à sessão de autógrafos com conhecimento de causa (uma desculpa tão boa como outra qualquer!).
O Império Final é o primeiro volume da saga Mistborn e nele vamos encontrar um novo mundo, chamado precisamente de Império Final, onde o Senhor Soberano – o ditador imortal de que assume o papel de Deus há cerca de mil anos – domina uma sociedade marcada pelos estratos sociais onde a nobreza oprime e escraviza o povo skaa. É um mundo muito curioso, em que cinzas caem constantemente do céu e o verde das plantas é inexistente – a fazer, de certo modo, lembrar cenários distópicos. Para além disso, destaca-se pela originalidade do sistema de magia, a Alomância, em que é possível ingerir variados metais que, ao serem “queimados”, permitem obter uma série de poderes que dão aos seus utilizadores vantagens físicas e psicológicas sobre os seus possíveis oponentes. Pode parecer um pouco complicado, mas Brandon Sanderson explica tudo isto ao longo do livro de forma bastante competente e sem dar a sensação de infodump.
O enredo não é nada que não se tivesse já visto no género, no sentido em que encontramos um grupo de pessoas com vontade de acabar com a opressão secular de um povo, provocada por um tirano que se julga todo-poderoso. É a forma cativante como Brandon Sanderson apresenta as suas personagens e conta a sua história que faz a diferença. Vin, a protagonista, é uma jovem de 16 anos que vai sobrevivendo num bando de ladrões, quando as suas capacidades na alomância, que a própria desconhece, chamam a atenção de Kelsier, o chefe de um bando que foi contratado para derrubar o regime do Senhor Soberano. E é a história dessa tentativa, bem como do crescimento de Vin, que Brandon Sanderson aqui nos conta.
É difícil inventar a roda no género fantástico, porque ela já foi inventada e algumas influências para mim foram óbvias – a omnipresença e semi-ausência do vilão durante boa parte do livro fizeram-me recordar a abordagem de Tolkien a Sauron – mas penso que Sanderson conseguiu ser suficientemente original e possuir uma qualidade de escrita que o fazem merecer o destaque que tem tido. Não me tendo parecido um livro perfeito, foi o primeiro livro de uma série que me fez recordar porque gosto tanto de fantasia. Ainda que faça parte de uma série, tem um enredo bastante auto-contido, ou seja, pode ser lido isoladamente de forma satisfatória. Ficam várias pontas soltas, claro, e sabendo que a continuação existe, a curiosidade por saber o que se segue na vida de Vin e de saber mais sobre este mundo é mais que muita e, por isso, não quero perder os próximos volumes.
Recordo que o autor estará presente no próximo dia 7 de novembro na Fnac do Colombo, em Lisboa, pelas 19h30, para um encontro com os seus leitores e uma sessão de autógrafos. A não perder!
Classificação: 4/5 – Gostei Bastante