Uma Canção para Lya (A Song for Lya) – À semelhança do que fez para As Solitárias Canções de Loren Darr, George R.R. Martin conta, na introdução desta novela, um pouco da sua história com a ficção científica. Uma Canção para Lya foi escrito em 1973, publicada na revista Analog em 1974 e ganhou o prémio Hugo para Melhor Novela em 1975.
Esta é a história de dois telepatas, Lyanna e Robb (nomes familiares para fãs das Crónicas de Gelo e Fogo), que viajam para um planeta onde existe a civilização mais antiga conhecida no universo. Os shkinos são gente aparentemente simples, que vive numa espécie de Idade do Bronze, que os humanos ainda tentam conseguir compreender. Robb, que nos conta esta história na primeira pessoa, dá-nos conta da tarefa destinada a si e Lya, que é tentar perceber por que motivo alguns humanos se juntaram à “religião” de Shkea. Esta religião implicava, em última análise, uma espécie de suicídio, chamado a “União Final”, em que os crentes se dirigiam a uma gruta e esperavam ser devorados por uma massa informe, o greeshka, que se tornava para eles uma forma de alcançar a felicidade eterna.
Gostei da caracterização do planeta inventado e das suas gentes. Apesar de a religião não ser, de todo, o tema que mais interesse me desperta, achei que aqui funciona bem como forma de questionar os anseios do ser humano de acreditar em algo maior e nas ações que toma para alcançar a felicidade, ainda que de forma questionável para muitos. É um conto que consegue juntar uma boa caracterização do espaço e das personagens, dentro do género da ficção científica, a temas que estimulam a reflexão e, por isso, é uma leitura que vale a pena.
Classificação: 4/5 – Gostei Bastante
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