A Cidade de Pedra (The Stone City) – Michael Holt encontra-se num mundo-encruzilhada, Greyrest, um local distante, onde vivem estranhos seres, e que serve de passagem aos viajantes que param para retemperar forças. Michael aguarda a chegada de uma nave humana para poder sair de Greyrest, enquanto passa os dias a lutar pela sua sobrevivência; estes relatos diários vão sendo intercalados com referências à sua vida passada, ao amor pelas estrelas, às suas inúmeras viagens e às pessoas que foi encontrando pelo caminho. A Cidade de Pedra, que dá título a esta história, é um local antigo, complexo, enorme e misterioso.
Como Martin refere na introdução desta história, esta pretendia sugerir que “quando nos afastávamos o suficiente de casa, a racionalidade, a casualidade e as leis físicas do próprio universo começam a desmoronar-se”, por isso aqui o tema da saudade de casa, por contraposição ao apelo inevitável do viajar e conhecer, é central. Em todas as histórias que leio deste autor, sejam elas mais ou menos longas, a caracterização do espaço e a contextualização são bastante detalhadas e verosímeis, e A Cidade de Pedra não é exceção. É uma história um pouco introspetiva, por vezes algo estranha, e o facto de achar que o espaço dedicado ao desenvolvimento da personagem principal poderia ter sido maior não ajudou a que esta tivesse sido uma das minhas histórias preferidas do autor nesta coletânea. Ainda assim, vale a pena pela escrita e pela capacidade que o autor tem em nos fazer acreditar nos seus mundos inventados.
Classificação: 3/5 – Gostei
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